quarta-feira, 16 de junho de 2010

15 minutos

Acordo e ainda são 5:23. Penso:

Legal, ainda posso dormir mais 17 minutos.

Me viro pro outro lado e o sono me
escapole por entre as pálpebras. Praguejo e penso:

Merda, perdi 17 minutos de sono!

Sento na cama e me recuso a alongar os
músculos. Estou com raiva de mim mesmo neste momento, eu que me foda. E meus músculos também.
Neste momento um bocejo surge forte e imponente, tento lutar, mas invejo sua determinação e força aquela hora da madrugada e deixo-o sair.

Ao sair ele o faz com tanta vontade que me obriga a fazer um movimento desajeitado com a coluna.

Ela estala e
doí mais que um parto.

Sei que nunca pari e nem pretendo
fazê-lo, mas ouvi relatos suficientes de parideiras profissionais e creio saber como deve ser a dor de um parto. E na duvida eu avalio que um parto doi para caralho.

E minha coluna doeu pra
caralho.

Logo, baseado em minhas
próprias conclusão infundadas sobre dores e partos, minha dor se classificou como uma dor de parto. Ponto.

Fiquei sentado ali, meio torto, meio
puto.

Imaginei que se houvesse levantado na hora certa não poderia ficar sentado ali meio torto e meio
puto, teria que levantar. O que me deixaria completamente torto. E completamente puto.

Porém, como eu levantei 17 minutos antes da hora normal, ainda havia pelo menos mais 16 minutos pra perder meio
puto e meio torto.


Constatei em tal momento que deduzi
rápido demais o tempo de sono que perdi. Me perguntei: Será que meu cérebro calcula melhor com sono? Ou será que ele calcula melhor quando eu estou meio torto?

Pensei em como seria extrair do meu
cérebro o seu máximo poder matemático em uma prova de Calculo Numérico e Integral. Me imaginei na sala, no meio da prova, sentado meio torto na cadeira. O professor aparece e pergunta:

- Esta colando?

Respondo:

- Não
digníssimo mestre, estou apenas extraindo do meu cérebro o seu máximo poder matemático!

Ri com tal cena
ridícula. Esta risada movimentou minha coluna de uma forma inesperada fazendo-a voltar a posição normal. Pronto, outro estalo. Estava curado. Pronto, outro parto. Estava puto.

Puto por inteiro desta vez.

Preferi estar completamente torto e de bom humor. Mas não estava. Naquele momento estava
reto e puto. Era o que eu tinha. Era o que eu podia ter. Era tudo que eu poderia usar durante o dia.

5:38h. Levantei.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Tudo esta bem quando começa bem.

Acordei e o frio me prendeu embaixo do edredon.
Ok,não estava la muito frio, mas sou carioca, vivo à 50°C, qualquer coisinha abaixo de 20°C pra mim é frio.

Mas, grandes poderes vem com grandes responsabilidades.

E eu tenho um poder enorme de ficar com sono pela manhã.

Resolvi fechar os olhos por 5 segundos. E eis que meu segundo poder se apresentou, o poder de me atrasar.
Esses 5 segundos demoraram 17 minutos pra passar (Deviam estar com sono, sei la)

Visto isso, tive que sair correndo!
Engoli um café de qualquer jeito, coloquei a primeira roupa que vi pela frente e sai correndo. Sim, correndo, não tenho o poder de voar. (Se vc tem, sera que poderíamos trocar? Eu te dou meu poder de escolher as respostas erradas na múltipla escolha)

Estava tão atrasado que quando vi meu ônibus la do outro lado da rua sai correndo como se não houvesse amanhã pra mim.

E quase não houve, ja que um motoqueiro por muito pouco não quebrou meu pescoço.

Ok, entrei no coletivo.

Ele estava mais ou menos tão cheio quanto a minha paciência.

Arrumei um lugar legal! Consegui até ficar com um dos meus pés todinho no chão! Yeah, baby! YEAH!

Não é excelente?


Não.

Uma jovem pessoa resolveu sacar o celular e ouvir musica.

Era uma espécie de criança cantando. A musica era horrível.

Lembrei que tinha esquecido de colocar meus fones no ouvido.(Sim, lembrar de esquecer as coisas é comigo mesmo) E naquela hora ja era tarde, eu não conseguia levar minha mão até o fone, e se conseguisse não teria como levar ela até o ouvido depois. (Se vc nunca andou de ônibus lotado, deveria, é uma experiência unica)

Tive que ouvir a criança e a guria cantando.

Vc deve estar se perguntando pq eu não bati nela, ou alguma coisa assim.

Mas é que realmente não dava. Juro.


E sabe quando vc olha pro fim do túnel e vê uma luz?

Então imagina quando no lugar da luz você vê um engarrafamento.

Imaginou?

Achou legal?

Pois eu não.

Falei um palavrão. Saiu muito mais alto do que eu queria. Uma senhora ouviu.

Pensei: Ah! Foda-se!

Ai ela tbm xingou.

Pensei: Ah! Foda-se!

Ai ela achou que soh pq estávamos odiando a mesma coisa eramos amigos e começou a falar comigo.



Ignorei-a completamente.

Se isso for pecado, blz, no próximo engarrafamento eu pago.


Constatei que estava realmente PUTO.

Ótima maneira de começar a semana, vc deve estar pensando.

Sim, ótima maneira.

O transito simplesmente parou, mas como faltavam so alguns quarteirões resolvi descer ali mesmo e ir andando.

Não sem antes pisar com toda minha força no pé da garota da musica infantil.


Desci do ônibus e dei cara com um cara.

Vc poderia se perguntar: E dai?!

E eu responderia:

E dai que ele estava COMPLETAMENTE ALTERADO. Xingando deus e o mundo. E ainda por cima ficou me encarando.

Como eu estava puto, encarei ele tbm e fiz cara de mau.

Ele simplesmente CAGOU pra minha cara de mau.

Atingi um novo estagio na escala de irritação.

Como alguém pode me desprezar tanto a ponto de ignorar minha irritação??!

Fui dar aquela olhada superior no individuo. Aquela olhada que começa no pé e vai até o ultimo fio de cabelo.

Ele virou pra tras e continuou xingando alguns palavrões, virou na minha direção e veio andando com passos decididos.

Comecei a olhada pelo pé, mas antes de saber se ele era careca ou não eu desisti de demonstrar irritação e superioridade.

Pq eu sou frouxo?

Sim, exatamente!

Muito frouxo eu diria.

Quando vi uma pistola na mão do sujeito decidi:

De hoje em diante, serei um cara frouxo!


Abaixei a cabeça e sai rapidamente dali. Antes vi ele apontando a arma, me assegurei que não era pra mim e sai correndo.



Agora estou vivo pra contar a historia.

E continuo puto. Porém um pouco mais feliz.

Sei la... Num tava afim de tomar um tiro hoje. Não no dia da estreia da Holanda na copa.



P.S.: Acabou o café.

sábado, 12 de junho de 2010

Dia dos namorados



Hoje é dia dos namorados né?!
Pois eu não tenho namorada, então este dia não quer dizer nada pra mim. Mesmo assim resolvi pensar nele por alguns minutos, procurei argumentos com pessoas sábias:

- Cara, viu que hoje é dia dos namorados?!
- E daí?! Problema é deles!

Pronto, depois desta genial conclusão (que pra mim foi realmente brilhante) pude parar pra dar um rumo ao meu sábado.

Tinha jogo da Argentina, eu não tenho nada contra a Argentina, acho que eles jogam super bem, curto muito ver os jogos deles e por isso às 11 horas sentei em frente à TV e assisti. Melhor jogo da copa até agora. O que não quer dizer que foi realmente um jogão, mas pelo menos se a copa acabar amanhã já posso dizer que vi um joguinho bom.

E ó, créditos a Nigéria, que ninguém deu nada por ela e jogou direitinho.

E ó, créditos ao goleiro da Nigéria, que vai marcar a cor amarela na mente do Messi e dos torcedores da Argentina por um bom tempo.

Acabou o jogo e fui conversar com meu irmão, papo vai, papo vem e quando dei por mim estava interrogando meu irmão sobre a vizinha.

Isso porque ela é uma das gurias mais lindas que eu já vi na vida. Vez ou outra paramos pra bater um desses papos de internet e outro dia a encontrei num barzinho. Fiquei de queixo caído, admito interesse.

Qual o problema com isso?!

Ela tem 15 anos.

Quando me lembrei disso tratei de mudar de assunto. Mas quem mandou essas meninas amadurecerem tão rápido?!

E quem mandou eu ter essa desgraça sobre minha alma que só me faz ficar interessado pelas gurias que eu não deveria ficar??!

Eis então uma coisa pra se pensar no dia dos namorados: Frustrações amorosas.

Só que pra mim não tem muito o que pensar, tem um possível envolvimento na parada??

Ok, vai dar errado.

É simples. Mais garantido que a lei da gravidade.

Por um lado é bom: Nunca vou ter um relacionamento sério e estável.

Por um lado é ruim: Nunca vou ter um relacionamento sério e estável.


Agora aqui, enquanto escrevo, paro para perceber que eu sou inconstante nas minhas observações. Comecei com namorados, passei pra argentina, fui pra minha vizinha, voltei pros namorados e agora estou pensando seriamente em falar de canecas.


Sim, canecas. Provavelmente influenciado por alguma memória distante de uma amiga que curte canecas.

AH! Já sei de onde vieram as canecas!

É que fui procurar um livro na internet e achei o site mais foda e tentador do mundo!

Me falha a memória agora, não sei o link nem o nome. Mas o site é ótimo. E tentador. Sim, já disse isso, mas vale à pena repetir.

Só pra você ter uma idéia eu quase gastei 200 reais nele.

É que eu estava procurando esse livro pra dar de presente a um amigo. Aí nesse site achei uma camisa que seria um presente perfeito pra ele. E achei mais 15 que seriam o presente perfeito pra mim. Das 15 separei 3 pra mim. Uma pro amigo que ia ganhar o livro. 2 pra uma amiga que curte caneca. 1 pra um amigo que odeia o próprio fígado. 2 pro meu irmão, que me ensinou que o problema dos dias dos namorados é dos namorados e que eu, como solteiro, não tenho nada a ver com isso. E uma pra um amigo que curte boa musica, amigo esse que ganharia um chaveiro também. (E a conta parou em 200 porque eu resisti muito em colocar mais duas camisas pra uma guria que eu nem conheço direito e que nem sabe direito quem eu sou, mas cuja admiração por bigodes me chama tanta a atenção que essas duas camisetas quase entraram na brincadeira)

Quem olha assim pensa que eu adoro comprar presentes.

Não. Eu odeio. Mas o site era REALMENTE tentador!

E tipo, na verdade eu queria comprar tudo pra mim, mas não teria tempo de usar então decidi distribuir presentes.

Mas... Se você é meu amigo e se reconheceu nas breves descrições que dei, relaxa, você não vai ganhar nada. No final eu não consegui finalizar a compra.

O site estava congestionado e eu precisava sair pra encontrar minha vizinha, YEAH!, pra ir num barzinho legal que abriu aqui perto.

Agora eu estou indo pro site novamente, mas só vou comprar as minhas camisas.
É... Achei melhor assim... Lembrei do porquê eu odiar dar presentes: As pessoas podem não gostar e você se sentir muito mal.

Pois é, eu tenho vergonha de dar presentes.


Nada mais do que escrevo aqui faz sentido né?!

Então, mudando de assunto mais uma vez, é que isso é o que quis dizer no antepenúltimo post! Existem diversos textos assim na minha caixa de rascunho do e-mail. Escrevo mas não tenho coragem de mandar pra ninguém.

Por que será né?!

Enfim. Feliz dia dos ... Goleiros de uniforme amarelo.


Bjo Messi.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Quinta-feira

Hoje é quinta-feira, quinta para os íntimos, jeudi para os francês e quase sexta para os estagiários, comme dans mon cas...

Em algum lugar perto da minha casa, uma outra casa caiu. Assim começa meu dia.

Minha rotina matinal consiste em ir até um local predefino, onde pego uma carona. Hoje minha carona ligou avisando que seu veiculo estava ocupado, por isso iríamos de taxi.

Taxi é um objeto composto metade por um veiculo automotor, metade por um taxista.

Um taxista é, em tese, um ser humano. Só em tese.

Na pratica o taxista é um tipo ser composto de atalhos e dotado de informações sobre o tempo, religião, pescaria, a vida, o universo e tudo mais. Em alguns casos o taxista é, também, muito bem humorado.


O veiculo pode ser um carro mesmo.


E o primeiro fato curioso sobre meu passeio de taxi foi:

Quando o carro na sua frente para, vc tbm para. Certo?

Errado! Não com o taxista certo (ou errado) ao volante!

Sinal fechou, os carros da frente pararam, baixei os olhos pro meu jornal e...


Peraí, pq meu carro não parou?!

Ah! Tô indo pela calçada...


CALÇADA???!


Depois da calçada foi um posto, um stand de vendas e uma ciclovia.
Fodam-se os sinais fechados.
Fodam-se os engarrafamentos.
Fodam-se os outros.

Aprendi que se vc está com pressa, vá de taxi.

Ok, ok! Talvez nem todos os taxistas sejam assim... Mas sei que aquele não era o único. Fato.

Segundo fato interessante da quinta-feira é:

O dia seguinte é sexta. Sextas são dias regidos pelo deus da sexta, o sexto deus semanal.

Terceiro fato importante a se levar em conta numa quinta é:

Ainda não é sexta.

Por isso, declaro aqui meu sentimento profundo e belo por esse dia tão especial.
Sexta-feira, só não te amo porque o amor saiu de moda, mas te gosto muito.

domingo, 6 de junho de 2010

Escrevo porque é mais fácil...


Sou uma pessoa tímida e problemática, porém sou também uma pessoa que tem muito a dizer pras outras pessoas.

Se a situação tem o mínimo de importância a parte do meu cérebro responsável pela fala TRAVA!

E com ela travada todo meu cérebro começa a entrar em colapso, eu começo a agir de forma errônea e desconexa.

Fico besta em como as coisas rapidamente fogem do meu controle! Às vezes por coisas simples, como uma pergunta besta...

Eu não funciono bem quando tenho um objetivo predefinido, simplesmente porque tenho a mania de tentar prever o que as outras pessoas vão dizer ou fazer:

Eu vou dizer: Bla bla bla bla!
Ela vai responder: Blu! Blu! Blu!

Aí na hora eu digo: Bla bla bla bla!
E outra pessoa diz: Blu?

FODEO!

Tudo já está fora do meu controle, não consigo responder a pergunta pq travei! Tento disfarçar o travamento e ocupo 90% do meu cérebro pra achar uma saída. Os 10% que ficaram responsáveis por movimentar meus órgãs vitais passam a ser insuficientes, com isso meu corpo começa a dar sinais de que estou encurralado, a pessoa começa a perceber isso e ou fica nervosa e começa a errar tbm ou fica nervosa e começa a me achar um completo idiota!

Obvio que a segunda opção é sempre a escolhida. As pessoas sempre me acham um idiota.

Desde que a idiotice saiu de moda eu comecei a me fuder. Ok, a idiotice nunca esteve na moda, eu me fodo desde que nasci.

A solução para meu problema seria, talvez, escrever. Mas cara, as pessoas teimam em achar que escrever é covardia ou é uma tentativa besta de dizer alguma coisa quando na verdade você não tem nada pra dizer.

As pessoas pensam assim. Eu não.

Por mim eu andaria com um bloquinho e tudo seria diferente:

Eu : Bla bla bla bla!
A outra pessoa: Blu?

Eu: Peraí, da um segundinho

Rabisca, rabisca, rabisca (Não conheço uma onomatopéia para a escrita)

Eu: Pronto! Já sei a resposta ideal! Xô ler pra vc...

Voilà!

Ok, ok! Isso pode até ser exagero, mas imagina vc ali, naquele ônibus maldito as 7 da manhã! De repente vc ouve uma musica e lembra que precisa muito falar alguma coisa pra alguém... Mas, né... Vc sabe que precisa, sabe que quer, sabe o que, mas não sabe como... Aí vc pega um pedaço de jornal e uma caneta, começa a escrever mais ou menos alguma coisa parecida, aí vc tira um pedaço pq ficou ridículo, adiciona outro pq faz sentido, coloca mais uma ou duas virgulas... Rabisca mais um pedaço, tira um parágrafo. Coloca mais uma linha e pronto! Perfeito!

Sim, eu realmente faço isso. Não, nunca levei isso a serio, nem nunca mostrei esses textos pra ninguém, mas mesmo assim continuo achando que é tipo a coisa a certa a se fazer.

Até porque acho muito complicado essa coisa de ficar deixando pra pensar na hora, às vezes dá certo, mas às vezes não... e tipo, num dá pra rabiscar e tirar um parágrafo, depois que falou fudeu!

Claro, claro... Tem coisa que é preciso ser dita na hora, num é viável vc pedir uns minutinhos pra escrever uma resposta pra cada pergunta que te fazem...

Na verdade, acho que o problema MESMO, é o inicio da conversa... Isso! Só o inicio... Tocar em certos assuntos é que é mega difícil! É nessa hora que seria perfeito ter um roteirinho escrito no papel... Depois que começou, ótimo, deixa fluir...

Falou merda?! Ta falado.

Falou a frase perfeita? Ta falada (Anota depois que é pra poder usar em outro momento)

Acho que a escrita e fala se completam. A escrita vem no inicio, a fala vem depois.



Mas cá entre nós, o certo mesmo é a comunicação por gestos:

Ta afim? Tasca-lhe logo um beijo!
Num ta gostando? Tasca-lhe logo a mão na cara!
Ta errado?! Joga no lixo!
Não entendeu a pergunta??! Dá de ombro e sai
Não ta funcionando?! Taca no chão!
O colega ta com meleca no nariz?! Aponta! (Seja discreto, pelamordedeus)
E finalmente, as coisas não estão indo bem?! Vira as costas e vai embora!


YEAH, BABY!