domingo, 20 de novembro de 2011

Emoção onde não tem - Cap 1


Foi por volta de 15h de sábado que tudo começou. O plano era simples, porém ousado:
Sair de casa, passar na casa do sujeito numero 1, busca-lo e ir até onde o sujeito numero 2 nos encontraria. No carro eramos 2, os sujeitos 3 e 4. Chegando no destino os sujeitos 5 e 6 nos estariam esperando e juntos faríamos contato com o sujeito 7, que chegaria e se juntaria ao grupo.

O sujeito numero 1, responsável pelo abrigo, ensinaria o caminho e faria os contatos.
O sujeito numero 4 era o motorista, o mestre de armas e o mais charmoso do grupo.
Os sujeitos 3 e 5 eram responsáveis pela alimentação e comunicação.
Os sujeitos 2 e 6 ficavam com os serviços gerais e as trincheiras.
O sujeito numero 7 fez o apoio e reconhecimento.

Feitas as devidas apresentações, vamos ao desenrolar.

O inicio da missão começou bem, metade do caminho estava feito quando o sujeito n° 1 constatou que as chaves do abrigo não estavam em seu poder.

Estávamos então ao leu. O combustível da viatura estava com uma sobra e pensamos rapidamente em imprimir uma busca pelas chaves.

O fizemos.

Numa manobra brusca o sujeito numero 4, exímio motorista, girou 90° a viatura na estrada e fazendo com que os pneus gritassem (não se sabe se de agonia ou prazer pela emoção) corremos em direção ao ultimo lugar onde as chaves foram vistas.

A corrida agora, como diz o clichê, era contra o tempo. Os sujeitos 5,6 e 7 estariam sozinhos em solo hostil caso não fossemos rápidos o suficiente. O sujeito numero 2 já estava conosco e assumiu o posto de navegador, pegando os atalhos certos e falando com as pessoas erradas, chegamos a um nome: Sujeito 8.

Farejamos sua pista e ela culminava exatamente onde as chaves foram vistas pela ultima vez. Era distante demais, pensamos em desistir e seguir em frente sem as chaves, porém calculamos que a importância das chaves era grande demais. Sem elas não poderíamos desarmar os alarmes e assim ficaríamos sem acesso ao abrigo. Alvos fáceis em solo inimigo.

Continuamos a busca então.

Numa operação breve e silenciosa, números 4 e 1 constataram que sujeito numero 8 já havia evadido o local. Numa ação rápida conseguiram impedir a fuga de um potencial informante.

Usando técnicas de interrogatório avançadas 4 e 1 arrancaram o paradeiro de 8. 2 e 3 ja estavam esperando na viatura e os 4 se lançaram em mais essa rota.


Continua...

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Pausa pra falar sério.

Então é aquilo, você vai levando a vida como dá, até o dia em que não dá mais.

Nunca dei muito valor a minha própria saúde, até me dar conta que outros davam mais valor a ela do que eu mesmo.

A gente vai sobrevivendo dia após dia, achando que é uma especie de super homem, achando que já temos problemas demais pra se preocupar com a própria saúde. Pior, começamos a achar tolice nos preocupar com algo tão... taí, sei lá, levamos nossa saúde tão a moda caralho que nem mais sabemos como classificá-la. Não sei mais se levava minha saúde a serio, não sei nem se a considerava importante.

É sério, observe você e me diga: Tua saúde é importante pra você?

Da boca pra fora talvez até seja, mas na pratica...

Como eu posso dizer que considero algo importante se não dedico nem mesmo uma hora da minha semana a ela?

Ao nosso trabalho dedicamos aí mais de 8 horas por dia fácil, aos estudos mais um bocado de horas... Mas e a nós mesmos?! Dormimos (quando conseguimos) só porque não tem mais jeito. Comemos o que for mais rápido, ou quando estamos num raro momento de folga, comemos o que nos dá mais prazer. Caminhada? Exercício? Aquela fisioterapia que deveríamos ter feito 3 meses atrás? bah! Tudo besteira.

Só tenho 21 anos, no máximo vou ficar barrigudo quando for quarentão.

Aí, um belo dia, teu corpo simplesmente não aguenta mais. Você ouve dos outros, mas nunca acredita que aconteça com você, até que acontece. É sempre esse mesmo clichê. Do nada uma dor forte, uma tremedeira e suores sem explicação.

Nessa hora você desce do pedestal, admite não ser super homem, vê que sua cueca fica por baixo da calça e que seu óculos não é um disfarce.

Óculos, falando neles, cadê os meus?!



Se dando conta disso tudo você se rende rapidamente a um médico. Sujeito que veste branco e lava sempre as mãos.

Ele te olha com cara de "puta merda, tu tá de sacanagem?! O que foi isso que você da sua saúde, guri?! Tava com raiva dela?". Depois de te avaliar assim com os olhos, ele começa a falar. Usa termos que você não entende, mas usa um tom que torna muito claro tudo aquilo que ele diz. Você já sabe que tem algo errado.

Mesmo assim, teimosos como só os seres humanos são capaz de ser, você não dá a devida importância. Faz o básico para poder voltar a fazer o errado. É isso.

Até que um belo dia você escuta. Escuta alguém que não é como você, alguém que ao contrario de ti, se preocupa com a sua saúde. Alguém que te assusta com a realidade, ao mesmo tempo que te conforta por estar ali, vendo tudo e teimando em te ajudar, mesmo depois de você ter desistido, mesmo depois de você assinar o atestado de burrice, depois de você se provar e provar pra todo mundo que você é um babaca.

Alguém quer você vivo. E a partir daí é que você começa a se perguntar e a avaliar que talvez sim, você também queira viver. E queira viver por quem te quer vivo. E por todos os outros motivos que havias esquecido, mas que também são muito bons. Viver não é essa merda que você faz todo dia, viver é o que você faria, se não estragasse tudo todos os dias.

Eu gostaria de viver, por mil motivos e mais um: porque alguém quer que eu viva.

Melhor é quando o alguém vem no plural.

Outra coisa que eu tenho vontade é dizer pra um punhado de "alguéns" que eu os quero vivos. Que os quero comigo por ainda muito tempo... Mas sou covarde e me calo. Enquanto isso rezo para que eles percebam por si próprios que tudo é uma questão de prioridades e que qualquer cosia que venha antes de uma vida faz dessa vida inferior, e que independente de credo, religião ou filosofia, o ser humano que põe alguma preferencia na frente da vida, é tolo, erra.


"Quem me dera ao menos uma vez que o mais simples fosse visto..."

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

O mundo mágico de Leo Geraldo.



Estava olhando, numa dessas bancas de jornais, uma revista onde um determinado ser humano respondia perguntas sobre sua vida. Uma apresentação do individuo para todo o resto (alfabetizado) da população.

Me perguntei: "E eu, não deveria ter uma apresentação?"

A resposta obvia é "Não." Primeiro porque não sou famoso. Nem popular no colégio eu era.
Segundo porque não teria absolutamente nada de especial pra contar.

Visto isso, ignorei o visto.

Daqui em diante, desfrutem de um pouco mais do mundo mágico de Leo Geraldo.

Nasci lá pelas bandas dos anos 90. Até bem pouco tempo atrás isso era recente. Hoje em dia ainda é, mas gosto de fingir que já vivi bastante e tenho história pra contar...

Curiosidade #1: Leo Geraldo é garoto, mas fala como se fosse coroa.

Curiosidade #2: Leo curte roupas de vovô. Afinal, vovôs tem estilo.

Minha opinião politica é muito inconstante, mas geralmente está girando próximo a rebeldia. E não, não aquela rebeldia bonita de lutar por direitos e blablablá. Isso também é bacana e muito importante, mas deveria ser assessório de fabrica dos seres humanos. Minha opinião é mais do tipo " se o cara é politico, ele tem que ser politico mesmo, saca?! Tem que tirar foto com criancinhas e inaugurar obras inúteis pra ganhar voto."

Claro que eu não quero filhos da puta no governo, mas também não quero pseudointelectuais defensores do verde ou astros do rock.

Penso assim: Padeiro faz pão. Motorista dirige. Faxineiro faxina. Advogado advoga e politico faz politica.

Num mundo onde Padeiros advogam, motoristas fazem pão, faxineiros governam e advogados fazem faxina, no minimo o caos merece um ministério.

Muito polêmico?

Falemos então do amor.
Sim, também opino nas coisas do coração. Embora nada saiba sobre cardiologia, acredito que companhia e bons sentimentos fazem bem ao ser humano.

Bem como o sexo.

Hoje em dia nem sei o que é mais polemico. Amor ou sexo?

Ok, ainda é o sexo.

Mas sobre ele só me resta citar Renato: "Se não for masturbação, usem camisinha hein..."

O amor poderia virar o novo sexo, assim como o "foda-se" virou nossa nova virgula.

Desde Shakespeare e sua trupe que não se fala mais do amor. Antes as novelas só falavam disso. Ainda falam, mas estão sempre escolhendo novas polemicas.

Talvez penses: "Ah, ele é romântico! Chato pra cacete, só fala de amor."
Enganado está. Só acho a maior graça nas besteiras que as pessoas dizem "em nome do amor". Sério, barriga até doí de rir.

Até concordo que tem muita coisa bonitinha nos sentimentos grandiosos e etc, mas né... O povo exagera as vezes.

O que faz pensar em religião.

Eu não tenho uma, mas apoio quem tem. Apoio e acho tolice ao mesmo tempo.

É tipo assim: Acreditar em alguma coisa não torna essa coisa mais ou menos real para as pessoas ao redor.

Então minha opinião é simples, leve tua vida com tuas crenças e meu respeito.
Esse papo de ser mais inteligente porque não acredita em nada é pura coisa de gente que deveria estar ocupada fazendo outra coisa.

Tenho visto ateus mais fanáticos que protestantes.

Falando em religião, deixa eu mudar de assunto.

Curiosidade #3: Leo Geraldo faz: comida, charme e cesta de 3 pontos. Leo Geraldo não faz: Sentido.







quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Minha teoria sobre o caos.


Um dia daqueles em que nem tempo pra almoçar o cara tem... No trabalho ele perdeu 60% do seu dia no transito. Em casa seus problemas passaram direto, sem nem lhe dar a chance de resolve-los. Caos.

Engarrafamento.

Faixa preferencial.

Engraçadinho tentando entrar na preferencial.

Engraçadinho esmagado por um ônibus.

O ônibus pegando fogo.

Caos.

A alergia ataca, aí o cara vai lá tomar seu remedio. O faz e seu coração começa a disparar. O cara acha que vai morrer, mas não tem jeito, ou ele morre aqui, ou ali. O cara opta por morrer ali pq aqui tá tudo muito sujo.

Enfim, minha teoria sobre o caos: Ele me segue.

Grato pela atenção.







segunda-feira, 18 de julho de 2011

E a verdadeira legião urbana são... vocês.

Os sonhos vêm e os sonhos vão e o resto é imperfeito...

Tudo que eu vivo acordado, às vezes me parece tão insuficiente que me deprime. Na cabeça, no sonho, no mundo imaginário, tudo se encaixa perfeitamente. Aqui fora não, é tudo imperfeito. As peças se encaixam na força.

No mundo real nem as vidas valem mais alguma coisa...

E há tempos nem os santos têm ao certo a medida da maldade...

Acordo numa segunda-feira que deveria ser normal, era só mais uma segunda... chego ao trabalho, me deixo levar pelo estresse característico dos erros cometidos.

Penso em desistir de tudo por um segundo e sou abordado por alguém com mais anos de vida do que eu e que não admite minha cabeça baixa perante a vida.

Algumas pessoas tem em sua história as marcas que respondem e motivam. São macas que parecem feridas na pele... São pessoas que não tiveram sorte. São seres humanos esquecidos pelas pesquisas que precisaram sobreviver. São aqueles que não esperaram nada da vida, apenas tiraram dela tudo que podiam, afinal nada lhes foi dado.

Só o acaso estende os braços a quem procura abrigo e proteção...

A humanidade passa pela vida manchando com seus erros a própria história que escreve. É como uma caneta defeituosa que borra a escrita, e a religião é a mão que tenta consertar mas que acaba por espalhar a tinta no papel e fazer um borrão do que deveria ser uma palavra.

E enquanto isso, na enfermaria todos os doentes estão cantando sucessos populares.
(e todos os índios foram mortos).


Ainda vivendo a minha segunda-feira perco a manhã e ganho o horror. Ruas fechadas para que a violência possa passar. Carruagens negras correm com fogo e sob fogo.


Em vez de luz tem tiroteio no fim do túnel. Sempre mais do mesmo.

Você busca memórias felizes, busca esperança no passado. Eu, nessa segunda, achei terror. Achei na memória aquela dia em que aquela pessoa que me ajudou a entrar no mundo contou o que uma criança fazia. Lembrei desse dia em que chorei sozinho, escondido, por ter descoberto que crianças também matam. E que quem mata, mata qualquer um, inclusive quem você ama.

Quem me dera ao menos uma vez explicar o que ninguém consegue entender...

Continuei a vagar por aquela segunda que teimava em tirar de mim o pior que eu poderia ser. Que teimava e me mostrar o pior que as coisas podem ser. Tudo é imagem, todos querem mais.

Quem me dera ao menos uma vez que o mais simples fosse visto como o mais importante, mas nos deram espelhos e vimos um mundo doente.



Entrei em transe. Entrei no transito. Foi como aquelas cenas de filme, onde o som principal passa a ser o som do cenário. As buzinas, crianças, cães, humanos e suas maquinas...

Não há mais mentiras nem verdades aqui só há música urbana.

E um guarda apita, o transito anda. Ao fundo, competindo com o som do caos do transito está o som das balas.

...música urbana...

Alguém pede dinheiro.

...música urbana...

O transito anda. Pára. Anda. Alguém me dá a palavra do Senhor. Alguém tenta me convencer, no engarrafamento, que devo acreditar num senhor, nas palavras de um livro, um livro que ela não sabe ler, um livro que foi interpretado por alguém que se diz sacerdote. Aquela ovelha ali, que cantava pra mim, atrapalhou o transito.

...música urbana...

E finalmente andei, cheguei na explicação pro transito ruim: Um corpo.
Crianças morrem. Crianças são atropeladas. Mães lamentam, se desesperam, tem seu coração destruído. Mães caem sobre o corpo dos filhos mortos e exalam dor. Mas a dor, assim como a morte, faz parte da vida.

Tentei chorar e não consegui.

Continuei. No transito livre as rodas levam a toda velocidade pessoas. Pessoas e seus barulhos. Pessoas que passam e nem vêem você. Você, ali no meio da multidão, é nada. Não gosto de multidões. Não gosto de não ser percebido. Não gosto de não perceber.

Sempre precisei de um pouco de atenção, acho que não sei quem sou só sei do que não gosto.


O tempo começou a fechar. Talvez chova... Talvez não. Nuvens ficam vermelhas agora e o vento é frio. O sol continua ali, mas a temperatura cai muito rápido.

E destes dias tão estranhos fica a poeira se escondendo pelos cantos

Nostalgia é um remédio. É daqueles que são amargos e nem parecem que fazem bem, mas que salvam sua vida nos momentos difíceis. Um apanhado de memórias me manteve vivo.

Quero voar pra bem longe, mas hoje não dá, não sei o que pensar e nem o que dizer

domingo, 12 de junho de 2011

Um ensaio sobre a corrupção, a hipocrisia e o egoísmo.

Atenção: Altas doses de revolta e ironia. Aprecie com moderação.


Do apartamentinho da gente muitas vezes não dá pra ver as coisas, não...

Falar de policia aqui no Rio de Janeiro é algo tão complicado como falar de pombagira dentro de igreja evangélica. Se você falar alto, pode ser considerado insulto. Ou apologia ao demônio.

Porém, quem é o demônio que está trocando tiros nas madrugadas frias em que você está dormindo embaixo das suas cobertinhas?

A policia do Rio foi tirada pra Geni há muito tempo...

Tacamos pedras, bosta e tudo mais... Aí quando um filme ou uma operação especial faz sucesso, a tiramos pra bailar. Arrotar pra Deus e o mundo que nossa policia é foda. É má. Impecável.

Aí no dia seguinte, bêbado, oferecemos uma propina pro guarda. Ele cobra mais. Aí você vai pro bar derramando seu ódio na corporação.

Hipocrisia.

Nunca vimos fitinhas azuis nos carros pra brigar por salários dignos para nossos policiais.

“O salário de um policial é um convite a corrupção”

A falta de caráter do povo também, acrescentaria.

Tenho nojo da hipocrisia que domina o mundo atual. A ignorância humana ganhou proporções universais. Até na lua já foi.

E sabe a diferença entre nós e um policial?

É que ele tem porte de armas.

Ele, por arriscar a vida diariamente, acha que tem o direito de te cobrar por isso.

Nós, por sermos ignorantes covardes e desarmados, achamos que ele deve ser o nosso herói. Só nosso, não dos outros. Um policial deve estar sempre pronto a me salvar, a ser gentil comigo, a liberar o transito pra eu passar, a não exigir nada por isso, afinal heróis não ganham salário.

Você é um hipócrita. Nós somos.

Não existe heroísmo. Existe trabalho, caráter, respeito e leis.

Heróis usam mascaras e tem superpoderes.

Nossos policiais usam uniformes e tem um dos piores salários do país.

Eu poderia estar dizendo isso tudo de professores. Poderia estar apoiando (aliás, estou) a causa dos bombeiros.

Mas, pensando bem, isso tudo é como a relação idosos e criancinhas.

ONG e gente disposta a ajudar criança tem a balde. Mas gente ajudando velinhos é mais difícil.

Professor, médico e bombeiro é fácil dar a cara pra ajudar. Policia e política é muito mais difícil.

Eu não acho que os policiais daqui são os fodões do universo. Mas acho que se tem gente na rua, com arma na cintura, com o dever de me proteger, mas que por ser humano pode se virar contra mim, no mínimo eu queria que eles fossem respeitados e bem pagos.

Se eu, no meu trabalho, não sou respeitado e ganho mal, admito, serei um bosta. Não vou me esforçar.

Se na sociedade o povo só tem reclamações e pedras pra tacar em mim, eu vou estar pronto pra guerra.

Então é muito simples:

1) Desrespeitar policiais (bombeiros, médicos e professores) é um crime. 2) Crime deve ser combatido. 3) O crime é combatido por policiais. 4) O criminoso é o sistema. 5)O policial é um empregado do sistema. 6)O sistema proíbe o policial de reclamar, desrespeito. 7) Voltamos ao numero 1.

Acrescente intolerância ou descaso do povo pro qual você presta o serviço. Junte duas ou três medidas de estresse. Antes de levar ao forno temperar com falta de preparação qualificada e acrescente situações adversas a gosto.



Enjoy.

domingo, 5 de junho de 2011

SEXO!

Você começou do sexo.

Não foi do “Era uma vez”, da cegonha, ou a sementinha que o papai colocou na barriga da sua mamãe. Ok, de certa forma até pode ter sido, mas a semente se chamava espermatozóide e ela não entrou pelo umbigo.

Coisa que nunca entendi completamente foi a discriminação do sexo.

Quero dizer, as pessoas falam de morte e de dor. São preconceituosas. Ofendem. Matam. E algumas até compram CD de axé. Tudo isso é discutido e comentado sem o mínimo pudor ou vergonha em qualquer esquina. Mas e o sexo, o que ele fez pra ser tão censurado?

E isso não é sobre você fazer, não fazer, fazer muito, fazer mal, fazer pouco ou fazer sozinho. Isso é sobre esconder o que é obvio.

Dizer coisas como “fazer amor” também, na minha ingênua e porca opinião, é umas das formas de censurar o sexo.

É o mesmo que mandar alguém ir tomar naquele lugar.

Todos sabem que o lugar em questão é o cu. E não, não serve ânus, orifício corrugado ou qualquer coisa assim. Se alguém te manda ir tomar, é no cu e ponto final.

Vejo falta de respeito e sinceridade como coisas diferentes.

Não to fazendo apologia a banalização da coisa. Acho que o sexo é algo intimo. Algo que fica entre as duas, três, quadro ou seja lá quantas pessoas participaram daquele ato. O que importa é aconteceu com eles, é assunto deles.

Coisas como entrar num elevador e falar: “Porra, ontem comi a Fulana! Teve uma hora que ele fez um negocio com as pernas que...” Enfim, talvez a Fulana não esteja de acordo em ter o seu trunfo do lance das pernas revelados assim, na cara de pau na frente de todos no elevador.

Mas se o cara, numa conversa amigável, comenta: “Ontem eu e a Fulana transamos” Isso é problema dele, ele é livre pra expor sua intimidade pra quem bem entender. Tomara que a Fulana também.

O que eu acho uma palhaçada é parar a frase no meio, quando chega a hora de falar de sexo. Ou evitar o assunto. Mas né, talvez a verdade seja que sexo não é assunto, é ação. Sexo não se fala, se faz.

Então, aqui, estou errado. Aproveitem um dia frio.

domingo, 29 de maio de 2011

Don't panic

O trabalho estressa um pouco as pessoas. Principalmente os trabalhadores.

Naquele dia o tempo estava bom, o céu estava claro, quase não ventava e não estava exatamente quente, mas a temperatura que andava baixa estava mais alta. Mas repito, não estava quente. Eu, por exemplo, estava usando camiseta e calça jeans, andando de um lado para o outro e mesmo assim não suava. Isso é importante para a nossa história.

O dia de trabalho começou bem cedo. Tudo normal. Até a hora do castelo.

Me refiro a um castelo de água. Sabe, aquilo que parece um caixa d'água gigante?

A água, geralmente, chega ao condominio, fábrica e etc e vai direto para cisterna, de lá uma bomba joga essa água até um reservatório alto, mais alto que as caixas d'água, de onde será feita a distribuição. Um castelo é como um estação elevada.

Enfim, resumindo: Castelo é um lugar alto pra caramba!

Entendeu? Então vamos voltar a minha história.

Meu trabalho, entre outras coisas, era medir e fotografar um condomínio a se reformar. O Castelo do condominio também precisava ser medido e fotografado. Evidentemente.

Então, chegou a vez dele. Para chegar ao castelo nós precisavamos ir até o telhado de um dos prédios do condominio, 5 andares do chão, e lá subir por um escadinha feita com ferros.

Ok, comecei a subir.

Na subida me dei conta do quão alto eu estava e percebi, assim de uma hora para a outra, que não possuo asas.

Uma escorregada, um vento mais forte ou um leve desmaio me mataria.

Foi ali, naquela escada, que conheci o pânico.

Minhas pernas tremiam e minha mão suava. Mas eu não tinha escolha, só havia dois caminhos: Pra cima, ou a morte lá em baixo.

Dei a mão ao pânico subi. Pois naquele momento eu achei que o pânico era melhor que a morte... Depois eu repensei isso.

Cheguei lá em cima e tive um daqueles momentos dramáticos da vida.

Eu não conseguia ficar em pé no castelo. Minha perna tremia e minha mão suava. Meu coração não seguia uma sequencia lógica, não que eu me importe com sequencias lógicas, pra mim só de ele ainda estar batendo já era um alivio, meu pulmão por exemplo, esqueceu de funcionar, me vi ali, sem respirar... Parado.

Engraçado é que nessas horas as pessoas dizem que pensam em tudo e todos. Eu não, simplesmente não via nada na minha cabeça, só um desejo absurdo de estar no chão.

Não pensei na minha familia nem no meu amor. Só pensei no chão. No chão e na morte.

No chão. Na morte. E na escada.

Eu precisava descer, mas a escada parecia tão longe. Minhas pernas não mais me obedeciam.

Aliás, acho que nada mais me obedecia.

Meu pulmão, lembram dele? Ainda estava esquisito. Ele puxava o ar tão devagar que era quase imperceptível. Acho que ele tinha medo de puxar ar de mais e com isso eu perder o equilíbrio.

Equilibrio aliás que não subiu comigo. Ele ficou lá embaixo, onde era seguro.

Muito esperto.

Usei então minha ultima pastilha de coragem.

Caminhei até a escada e me agarrei nela pensando: VOU SOBREVIVER!

Comecei a descer.

Enquanto descia pensava.

Não, ainda não era na familia, no amor ou em poesias. Eu só pensava em coisas como a coragem.

A coragem é um medo disfarçado.

Existe o medo que te trava e existe o medo que te faz se mover. A este ultimo alguém denominou coragem.

Cheguei no telhado.

Aí sim pensei na familia, amor e até lembrei de uma poesia.

Mas foi coisa rápida. Não queria perder tempo pensando, corri pra um lugar seguro e sentei.

O mundo ainda estava girando.

Sabem labirintite?

Pois é, eu tenho.

Eu estava com vontade de vomitar.

Minhas mãos estavam molhadas ainda, mas meu pulmão voltou a funcionar.

Ele tentava compensar o tempo que ficou em pane e tentava sugar todo o ar ao redor. Minha respiração fazia barulho. Minha cabeça latejava. Cada batida do meu coração era como uma martelada na minha cabeça.

Eu pensei em rir. Mas não consegui.

Pensei na minha casa.Mas estava em um telhado.

Pensei em ligar pra alguém, pra falar: "Opa! Tudo bem com você? Pois comigo não esta nada bem..."

Mas minha mãe estava sem telefone, minha namorada ia ter nojo por eu estar com vontade de vomitar e a maioria dos meus amigos não iria acreditar em mim.

Então continuei ali, sentado, pensando na vida.

Isso demorou alguns segundos... Aí voltei ao normal.

Desci do prédio e continuei meu trabalho. Em paz. E com a certeza de que nunca mais irei subir em um castelo.

Não sem estar amarrado.

domingo, 8 de maio de 2011

Um dia na vida de Leo Geraldo.

Eu abri meu armário e comecei a tentar organizá-lo. Nem lembro quando foi a ultima fez que tentei fazer isso... Aliás, nem fui eu o ultimo a fazer isso. Eu sou o tipo de cara que gosta das coisas arrumadas, sempre fui assim, até que de repente, parei de ser.

Simplesmente abro a porta do armário e jogo as coisas ali. E to falando sério.

Outro dia, não lembro bem quem, mas acho que foi minha namorada que pegou um livro no meu armário e eu não fazia idéia que ele estava ali. Quer dizer, caos.

Enfim, no meio da zona do meu armário eu vi que um dos meus perfumes tinha acabado. Eu tava de bobeira em casa e resolvi que era uma boa idéia pegar o carro e sair pra procurar um lugar pra comprar outro.

Fiz isso.

Entrei na loja como sempre faço, perdido e doido pra sair. Tenho um certo pânico de vendedores.

Olhei para as vitrines e uma moça simpática veio me atender.

“Posso ajudar?”

Não, querida. Não pode. Some daqui.

“Este daqui é um lançamento, o senhor quer experimentar?”

Ok, não vou me livrar de você, não é? Então vamos lá, vou entrar no seu jogo.

“Quero sim. Queria experimentar aquele ali também, pode ser?”

“Pode sim senhor! Ele também é ótimo”

Duvido.

“É, é bom mesmo.”

1 a zero você.

“Que tal este aqui?”

Ok, bom também, 2 a zero você. Mas ainda to no páreo.

“É, bom também.”

“E olha este, senhor, está com 20% de desconto!”

3 a zero você. Sua vaca!

“Hum, interessante...”

“E então senhor, gostou de algum?”

Você sabe que eu gostei. Pára de doce.

“Sim, mas ainda não sei qual levar... Esse é muito bom, mas tem aquele ali que também me agrada”

“Já sei!! Experimenta esse! Ele parece com aquele, mas tem um toque daquele outro... Tenho certeza que você vai adorar”

Aí ela me fez experimentar.

“Gostou? Se gostou, experimenta na pele pra ver como fica”

O fiz.

Aí, de repente, ela chega perto de mim e eu passo por aquele meio segundo de susto. Ela vai me dar uma narigada? É isso? Isso é tática de venda? Isso é normal??

Fiquei sem reação enquanto a vendedora me cheirava. Ok, ela fingiu me cheirar, ela já sabe o cheiro da parada, não precisava conferir. Ela só queria me deixar sem graça.

Conseguiu.

“Huumm é ótimo. O senhor não acha?”

“É...”

“Se o senhor não gostou, eu tenho aquele outro que também é bom... E tem aquele, mas ele é um pouco forte e...

“Não, não! Adorei esse... Pode embrulhar”

Preciso sair daqui. E rápido.

E né, eu realmente gostei.

Comprei o perfume e fui pra uma festinha no mesmo dia. Uma festinha de família.

Durante a socialzinha alguém me perguntou alguma coisa que me levou a dizer onde estive durante a tarde. E tendo posse da informação de que eu comprei um novo perfume, este alguém, que era na verdade uma das minhas muitas tias, resolveu usar tal informação para fazer o que minhas tias mais gostam de fazer... Me deixar sem graça na frente dos outros.

Agora, imagine você, eu no meio de uma festa ser o centro das atenções.

Odeio ser o centro das atenções.

Minhas tias, ao contrario, parecem adorar isso.

50% da festa estava ali, ao meu redor, cheirando meu pescoço e fazendo comentários sobre meu cheiro, minha faculdade, meu namoro, minhas roupas e até sobre meu óculos.

E isto meu caro, foi o maximo que se pode contar sobre meu fim de semana.

Lamentável.

terça-feira, 3 de maio de 2011

Entrevista para nascer

"- Então esse é seu curriculo?
- Sim, senhor.
- Vejo aqui que você nao tem muita experiência...
- Pois é, senhor, fiz produzido hoje mesmo e...
- Tá, tá, isso não importa, visto que ninguém mais aqui tem experiência também. Não é o ideal né, mas vamos com o que temos mesmo. Vejamos aqui.... botafoguense, gosta de samba... serve pra ser brasileiro, beleza...agora, ser ateu pode ser um complicador... sua família vai ser muito religiosa.
- É, não me agrada muito também, mas eu tô disposto a tentar! Até porque eu não tenho muita escolha né?
- É, a gente pode dar um jeito nisso, mas o essencial mesmo é que você não tenha tendências homossexuais, senão é capaz de você sofrer humilhações familiares e o Cérebro tá tentando evitar isso, sabe?
- Não, eu tou programado pra ser hetero, pode ficar tranquilo.
- E quais são suas aspirações pós-vida?
- Ah, eu pretendo ser engenheiro civil, ter varios filhos e ganhar na Mega Sena.
- Muito bom, muito bom mesmo. Bem, já fiz minha escolha! Quando você pode começar?
- Olha seu Óvulo, antes de eu dizer qualquer coisa eu queria saber quais são os benefícios.
- Ah, sim, claro. Bem, leite materno até 2 anos de idade, com direito a fraldas ilimitadas, berço e musica de ninar. Se você for bem comportado ganhará doces e será mimado pelos familiares. Tudo isso com amor incondicional e carinho inclusos.
- Parece muito bom. Agora quanto ao inicio....
- Sim..?
- Eu preciso de 9 meses pra me desenvolver.
- NOVE?!
- Pois é, cara.. processo bem lento, tem que sair perfeito.
- Não, assim não dá. O chefe, o Cerebro,tá muito ansioso, ele precisa de alguém pra ontem!
- Mas você não encontra ninguem por menos de 8 meses!
- E por que você não se desenvolve em 8 ou até mesmo 7 também?
- Olha, não adianta entregar rápido e ficar uma droga. Tem que ficar bem feito, imagino se eu morro porque nasci prematuro, como o Cerébro não vai ficar abalado? Tem ser um troço bem combinado pra sair direito, põ.
- Tá bom, tá bom! Mas olha só, nada de chutar ou se espreguiçar na porra da barriga hein! A bexiga já veio me encher o saco falando que não vai aguentar trabalhar de hora em hora!
- Feito!
- Fechado então, amigo. Só aguarda um pouquinho pra eu dispensar o restante e você vai poder entrar.
- Uhul!"


Este texto, incluindo erros de digitação, é obra do excelentíssimo senhor Pedro Campos Ramos da Silva. Qualquer reclamação favor encaminhar a pqp.

Grato.

sábado, 2 de abril de 2011

Aquele das Coisas que Nikki Não Deveria Dizer (Mas que ela Diz, Anyway)

Garota conhece garoto, garota desenvolve sentimentos pelo garoto, e, se ela tiver sorte, a coisa não fica só no sentimento. Essa é a história que se conta, que se vive, a ordem natural das coisas: o sentimento, a tentativa de aproximação, o sucesso ou não-sucesso da aproximação.

Essa ordem natural das coisas é, sem dúvida alguma, a pegadinha do século.

O que se tem, no início de tudo, é um interesse, e eu peço perdão aos puristas que se aventurarem a ler isso, mas o interesse inicial nada tem a ver com sentimento, é um interesse puramente sexual.

Sejamos francos: “amor a primeira vista” um cazzo, por favor. O que se sente a primeira vista é atração (de novo, sexual). Perdi a conta das vezes em que meus objetivos, ao conhecer um cara, foram questionados – “Mas tu gosta dele? Quer dizer, e o sentimento?”. O sentimento vem depois, minha gente. Qual o sentimento que se pode ter quando nem se conhece a pessoa direito?

Todo e qualquer sentimento que se desenvolve nos primórdios de qualquer...relação, é baseado única e exclusivamente nas aparências: o cara parece ser legal, ele tem o perfil de ser portar da maneira “x”. E a partir de então, ele passa ser a “x”. O “amor a primeira vista” (e mesmo aqueles que não são a primeira vista) nada mais é do que a projeção que fazemos dos nossos desejos, em uma pessoa, que nem sempre corresponde (e nem tem obrigação de corresponder) àquilo que é esperado dela. E qual o critério utilizado para “escolher” a pessoa em que serão projetadas todas as nossas expectativas? Atração física, é claro. Alguém aí já ouviu falar em um caso de amor a primeira vista onde uma das pessoas era feia?

E o meu objetivo, com esse texto, afinal? Apenas expor o motivo de não ver sentido na idéia de que é preciso desenvolver sentimentos antes de introduzir (ahem) qualquer cunho sexual numa relação. Afeição é algo que surge com o tempo, que deve ser nutrido e que cresce aos poucos; o senso comum é que o sentimento possibilita a relação sexual – o senso comum não podia estar mais errado; sentimentos complicam e confundem as coisas (e as pessoas). A ordem natural, primordial, nada mais é do que: a atração física e a aproximação, que dá margem para o surgimento - ou não – dos sentimentos.

(ps.: toda e qualquer reclamação deve ser encaminhada para lgfs_leo@hotmail.com, obrigado).

quinta-feira, 31 de março de 2011

Michele.

Durante toda a semana o sol nos brindou por aqui. Eu não queria dizer nada não, mas eu nem precisava dele...

Aí hoje, quando eu precisei... Bom, obviamente ele ficou tão emocionado que esqueceu de aparecer. A chuva tomou seu lugar e eu... bem, eu me fodi.

Havia um carregamento que chegaria de São Paulo, era vital pro andamento da minha obra, tudo dependia dele. Com a chuva ele não veio e eu fiquei na mão.

Não fosse só isso, uma operação policial resolveu acontecer. Então já viu... Tiro. Gente nervosa. Mulher de traficante escandolasa... e blábláblá

E minha cota de má sorte não ficou por aí. Enquanto escrevo estou ao telefone ouvindo a Michele, que tem um sotaque bastante característico.

A Michele é simpática, parece ser bonita (eu julgo vozes).

Eu preciso que ela me explique um pequeno porém a respeito e um dos meus cartões... Aliás, se eu tivesse de dinheiro o que tenho de cartões, estaria rico. Mas não, sou pobre e cheio de cartões inúteis.

Enfim, a Michele me deixou esperando. Já tem tanto tempo que estou ouvindo essa musiquinha chata que sinto saudade da voz dela. Vez ou outra ela volta e diz: “Senhor Leonardo, estou verificando no meu sistema, aguarde mais alguns instantes, por favor.”

Aí eu aguardo, afinal não tenho escolha. Sem contar que, me perdoem por isso, mas a Michele tem uma voz muito sexy. Do tipo que não pede, ordena com carinho.

Bom, agora ela voltou, demorou 6 minutos pra responder apenas: “Senhor Leonardo, o pedido já consta no sistema, o senhor precisa esperar 10 dias úteis e o desbloqueio é feito em qualquer caixa eletrônico.”

Eu agradeço e ela diz: “Posso ajudar em mais alguma coisa?”

Mil e uma respostas me passam na mente, mas né, vamos respeitar a Michele.

“Não, Michele, muito obrigado. Boa noite.”

domingo, 13 de março de 2011

Os malefícios de uma alimentação saudável.

Todo ser humanos precisa se alimentar, eu não fujo a essa regra.

Eu tenho fome mais ou menos 55% do meu dia, quando não to com fome ou to comendo, ou to dormindo.

Quando era menor eu tinha um problema respiratório que me impedia de comer normalmente, por isso comia pouco, afinal ou eu me alimentava, ou respirava. E eu gostava muito de respirar.

O tempo passou e eu aprendi a respirar direito, por isso, hoje em dia, tento tirar o atraso. Por atraso me refiro aos alimentos que deixei de ingerir na infância.

Aí você pensa: “Tu deve ser gordão!”

Mas não, no maximo tenho uma barriguinha sexy, cultivada com muito amor e fast-foods. No mais, sou pele e osso.

Eu vivia uma vidinha feliz, comia bastante até, tudo tentando compensar meus tempos de regime forçado, até que um dia, não tão belo, acordei mal.

Por mal entenda com uma intoxicação alimentar. Uma braba, segundo o rapaz da triagem da clinica que eu fui.

Aí meu corpo resolveu rejeitar todos os alimentos que eu tentava por pra dentro. Meu corpo às vezes tem dessas, surta.

Mas tudo bem, no fim do dia nos entendemos, consegui voltar a comer. Só porcarias, mas já é alguma coisa. E o mais legal: parei de vomitar.

Por porcarias quero dizer coisas como legumes, saladas e filezinho sem gordura. Tipo comida de bebê.

Enfim, parece que tudo volta ao normal, né?!

Também achei, até pensei em dar uma saidinha pra tentar [sem sucesso e pela milionésima vez] ver um filminho no cinema.

Mas agora meus queridos, meu fígado resolveu se rebelar. Enquanto você vai curtir seu domingo na igreja, com os amigos ou puta da vida com seu namorado pq ele ta doente e não ta aí na sua casa, eu estarei num hospital, de saco cheio, fazendo exames e bebendo soro.

Aproveite sua vida enquanto pode, nunca se sabe quando a vida vai começar a se aproveitar de você.

sábado, 26 de fevereiro de 2011

Pessoas que me conhecem.

De certas coisas é melhor a gente nem fugir, tipo coisas inevitáveis ou pessoas que te conhecem.

Certos compromissos me pressionavam antes mesmo de a semana começar. Coisas de trabalho e de faculdade, coisas pessoais como problemas em família também. Era como preparar uma vitamina, onde o liquidificador era minha cabeça e os ingredientes eram situações problemáticas.

Eu rezava para o domingo nunca terminar, mas ele terminou.

E aí veio a segunda, a terça e na quarta as dores de cabeça que me dominavam e eram provenientes de expectativas profissionais começaram a me deixar em paz.

Na quinta pude respirar aliviado ao saber que às vezes alguns empecilhos acabam. É um alivio ver tua família bem...

Então do que enchia a cabeça, só um assunto restou. Era aquele que eu tinha certeza que seria o pior.

Você tem palavras como garantia, palavras que dizem que as coisas vão ser melhores, são palavras que te confortam... Mas pra mim, aquelas palavras deveriam ser só palavras. Eu sabia que nunca iriam ser realidade, deveria saber que não haveria conforto.

Porém sou do tipo que aposta alto. Eu, sem olhar as cartas, coloquei minhas fichas na mesa e esperei por aquele conforto prometido que tinha data marcada.

Para algumas pessoas o desejo que traz conforto e bem estar é o desejo do impossível. Tem gente que só sente bem com o que é muito difícil de se conseguir... Eu fico satisfeito com a presença e um outro afago ou só uma boa conversa, ás vezes até o telefone serve.

Como eu imaginava, apostei e perdi. Ao fim do prazo tudo que tive foi um “não”. Sem lamento. Sem hesitação. Não.



Sem saber de nada a pessoa observa 3 ou 4 atitudes suas e diz:


"Olha, eu não queria comentar sobre isso já que você não fala sobre isso comigo... Mas não dá pra te ver assim e deixar por isso mesmo. Isso ta errado, isso ta muito errado, você não precisa disso, você tem que se dar o valor e o respeito, ninguém no mundo gosta de gente que age como se gostasse mais dela do que de si mesmo...

Você ta afastando um monte de coisas legais por isso, inclusive a gente, que vive na mesma casa que você... E eu te pergunto: Pra que?!

Nem por um telefonema?!

Depois você diz que eu sou contra, que eu sou de outra época... Mas eu te digo o que eu sou: Eu sou quem vai ficar, e que FICA, com o coração apertado toda vez que você ta triste. Eu sou quem vai te ver na fossa! Então acho que no mínimo você deveria me ouvir um pouco...

E você disse que ia sair, desde semana passada que você ta falando disso, agora não vai, toma bolo, e quer descontar aqui?! Eu não quero te ver com essa cara! Eu não quero! Vai lá tomar um café pra afundar esse mau humor!"

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Parei e pensei um pouco



Tô pensando na minha infância... No tempo que precedia o meu inicio numa nova escola.

Aqueles dias com um misto de medo e ansiedade...

A diferença é que na mistura de agora a ansiedade saiu e deu espaço para a saudade.

A saudade que eu ainda nem tenho motivo pra ter, mas que durante a semana vai aparecer e ser mais forte que qualquer outra coisa... Mesmo sem eu entender de onde, ou porque ela vem.

Tô pensando na minha adolescência, nas aventuras perdidas e encontradas.

Agora o meu tempo não é mais na escolinha sobre as regras seguras que as "tias" impõe, agora meu tempo é na rua, onde as leis são mais severas.

Vou passar a semana cansado e pensando em tudo que deixei de fazer, em tudo que deixei de dizer, em tudo que disse e não surtiu efeito, em tudo que eu sou, mas que talvez não devesse ser.

Tenho pensado sem parar em coisas que se quer posso controlar.

Se eu fosse capaz de colocar no papel, dividiria com o mundo... Como não consigo, divido comigo mesmo, aqui... onde qualquer um pode ler:

Não quero ficar sozinho.













terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Anotações perdidas.

Ontem eu deveria ter falado com a minha namorada, mas ela tava muito ocupada, deixei pra depois. Por depois leia nunca pq quando eu conseguir falar com ela já não vai mais dar tempo.

Ainda ontem eu precisava buscar um livro com um amigo, falei com o amigo e nem se quer toquei no assunto “livro”. Agora já tá com outra pessoa.

E pra fechar o dia eu precisava pagar um boleto. Simplesmente esqueci completamente.

Quem olha assim me acha mega irresponsável... Pois é, ainda não sou mega. Cosias de trabalho e faculdade eu tenho dado conta.

Encontrei uma amiga e repensei o plano que precisava ter debatido com a namorada, talvez a amiga ajudasse, só esqueci que a amiga odeia a namorada o que me fez ouvir meia hora de mimimi.

Não satisfeito comentei algo inapropriado com um puritano que se encheu de raivinha e quis discutir. Fui obrigado a ser rude e dei o endereço completo que o individuo deveria visitar, com CEP e tudo. Fico puto com gente que quer ser respeitado em suas crenças e não sabe se dar o respeito. Não é pq deixei escapulir algo que ele discorda que eu preciso ouvir sermão e que to errado. Se quer ser respeitado, respeite também. Essa é a regra. Quando eu vacilo eu me desculpo, quando se revoltam sem me dar tempo de me redimir eu quero mais é que se foda mesmo.

Pra completar não tinha café em casa e nem tive tempo de beber na rua...

Mas nem tudo é deselagancia e desaforo, encontrei uma amiga no ônibus, ela quis me fazer dançar, isso pq ela é professora de dança, foi divertido debater se ela queria me sacanear ou se realmente cogitou me ver dançando.

O bom de encontrar amigos assim de repente, seja no ônibus ou no restaurante, é quando eles vem com convites pra pequenas diversões. Quando tua semana é muito cheia, só de alguém te lembrar de coisas boas já é como viver a tal coisa... Por isso amo meus SMSs que tem me arrancado risadas entre uma obra e outra aí pela vida.


Preciso de uma agenda e de fins de semana maiores.






terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Idéias ao Leu.

Acho o primeiro dia de qualquer coisa muito complicado. Mais complicado ainda é não ter café pra relaxar.

Coisa mais linda do mundo: Quilos de SMSs de apoio. Não sei se fui pra uma operação perigosa, ou se é só meu primeiro dia no novo emprego.

Parece que vai chover. O céu estava lindo. LINDO. Jurava que era uma tempestade cinematográfica. Não, só parte do carnaval do Rio indo para o caralho mesmo.

Cansaço proveniente da falta de sono.

Trabalho.

Volta pra casa.

Indiretas em busca de convites para uma visita.

Convite recebido por outra pessoa, que não recebeu nenhuma indireta.

Convite aceito, vamos festejar.

Sono. Muito sono.

MSN pra mandar noticias aos interessados. Explicar como foi o primeiro dia e se a gripe me atrapalhou.

Mais sono, melhor ir dormir.

A gripe atrapalhou.

Alergia. Certo medo. Dor. Muita dor.

Sono.

Sonho.

Acordar. Encontro marcado as 8:30.

8:25 noticia ruim, não terei companhia.

Noticia boa, o carro fica comigo.

Noticia ruim, engarrafamento é pior pra quem ta dirigindo. Saudades de ser carona.

Boa noticia, ar condicionado.

Má noticia: Atraso no cronograma.

Boa noticia, as amizades estão sempre por perto, mesmo longe. SMS: “Sempre bom estar perto de vc, quando nos encontramos de novo?”

Água, esqueci de beber água hoje.

Almoço, também esqueci.

Comida, bebida, saída.

Horário da faculdade modificado, às segundas aula chata, terças aulas estranhas, quartas piano/café/ZZzzzZZ, quintas aula bizarra e sexta praia/cinema. Voilà! Tudo calculado.

De volta pra casa.

Minha mãe se surpreende por eu trabalhar dirigindo e reclama que eu não me acho quando ela precisa de carona. Depois ela pergunta se eu to bem e me prepara um remédio pra sinusite. É jeito dela dizer que me ama.

Café, bebi uns 2 litros em apenas 3 horas.

Quero ir pro Sul pra ver um filme.

Eu troco V por F e me envergonho monstruosamente por isso. Pra mim não há muita diferença entre o inverno e o inferno. O que é algo gozado, visto que adoro o frio do inverno.

Chegaram minhas fotos. Queria ajuda pra arrumá-las na parede.

Amanhã acordo cedo.

Hábito.

Quanto tempo é normal ficar beijando na boca sem parar?

Meu irmão pega o melhor cardápio. Por mim eu comia até panela, desde que esteja pronta rápido.

Comer dormir. Dormir, talvez sonhar...

domingo, 6 de fevereiro de 2011

21 anos

Geralmente quando faço aniversário paro pra pensar a respeito da vida, do universo e tudo mais. Esse ano eu demorei exatos 31 dias nessa aventura mental. Eis os resultados:


Primeiro quase morri dentro do abismo que é pensar e sentir, como diria a musica. Isso porque eu sou o tipo de gente que se apaixona e não satisfeito o faço de forma incoerente.

Some isso a minha necessidade de explicar racionalmente as coisas e... voilà! Surtei.

Isso foi só o ponto de partida pra minha, talvez, pior neurose: Não ser cool.

Enquanto a maioria dos meus amigos, coleguinhas ou desconhecidos próximos estão por aí ostentando futilidades e arrotando tempo perdido eu estou indo ao banco conversar com a minha gerente, pela 5ª vez esse mês, pra tentar encontrar um jeito melhor de aplicar minha pobre grana.

Já não há mais por onde me irritar com “cadê teu carro?”

O símbolo da independência jovem do meu tempo: Carro.

Pra mim só uma coisa, que embora útil, é um luxo que descarto sem pensar duas vezes. Mas ta ali, no carro, minha separação do grupo popular. Uma delas.

A galera legal ta lá, dirigindo o carro de seus pais e recebendo sua mesada no fim do mês. Eu tô cá, avaliando a possibilidade de sair do ninho.

Mas ainda, como qualquer criança, me perguntando o porquê de não ser tão lembrado, perguntando pq o que eu chamo de qualidade, e luto pra ter, as pessoas com quem mais me importo ignoram.

Sou velho demais pra minha idade.

Pior que isso, sou um velho medido a garotão, que fica acabado quando toda sua tentativa de ser aceito entre a meninada é ignorada.

Sou uma criança que sente ciúme quando a garota mais bonita do grupo não poupa elogios pro valentão da turma.

Aquele adolescente inseguro que briga com a namorada quando ela só vê as qualidades do seu melhor amigo, sou eu.

Aquela mãe que briga pelo filho também sou eu. Sou eu irado defendendo alguém que não quer ser defendido.

De todas as coisas que podemos ser, metade me parece inevitável o que deixa o poder morto, o tornado obrigação.

Sou adepto do abraço como remédio para os males da alma. Um abraço e um sorriso são remédios fortes, sendo o primeiro, na minha visão de vida, sem contraindicação.

Sou tão criança que não resisto ao carinho. Sou tão criança que a insistência dos que eu gosto me ganham, sou incapaz de dizer um não a um pedido feito entre cafunés.

Minha cabeça vai na frente, olho as crianças como um avô olha pro neto. Por dentro meu peito sorri com a gracinha de todas elas.

Minhas atitudes não são sinceras. Por dentro me derreto com a pureza infantil, por fora a desprezo. Sim, desprezo por despeito, desprezo por não ter mais a o dom de acreditar sem questionar.

No fundo, aos 21, sou um bebê de 50 anos que vive uma paixão adolescente.

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Pessoas - 4 de 42

Pessoas que só cobram

Aquelas pessoas que estão sempre exigindo de você alguma atitude e assim te fazendo pensar: Será que sou um banana que não é capaz de tomar atitudes?!

Calma, em 99% dos casos essas pessoas é que realmente não tem atitude e tentam empurrar seus defeitos para o próximo, no caso você, e assim parecer mais “poderosas”

Elas sempre vão perguntar qual a boa, mas o farão quando você já estiver todo programado para outra coisa, vai ignorar tuas vontades e quando você responder que já tem o que fazer vai dizer algo como: Não, eu queria fazer algo legal.”

Você possivelmente pense: Ué, o que eu faço não é legal?!

Sim, provavelmente é, mas a pessoa não gosta! Ela quer fazer outra coisa, só não tem peito de fazer, aí ela tenta fazer com que VOCÊ faça o que ELA quer.

Se você se deixar dominar vai acabar por perder a identidade. E aí sim virarás um banana.

Quando você for cobrado e não tiver resposta diga simplesmente: Não sei.

Jamais se comprometa, seja sincero. Pessoas que gostam de fazer cobranças não são felizes, por isso não se deixe levar ou acabará infeliz também.

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Sou um carioca de merda – Parte 2

Você que não mora na cidade maravilhosa e acha que o que dizem na novela das oito é verdade, você está sendo enganado.

A mídia fica falando de zona sul, de Copacabana, Ipanema e Leblon. Sobre eles eu vos digo: Cheiro de urina em todas as esquinas.

Sim, amigo, o Rio de Janeiro do cartão postal fede a mijo.

Aí você sai das esquinas então, vai pra praia.

Sabe o que tem na praia?

Sabe?!

Não Leo! Não sei! Fala! Fala! Fala o que tem na praia!

Eu falo, amigo, eu falo! Tem POMBO!

EEEEECCCCAAAA! Tem pombo, Leo?!?

Tem! Tem pombo! Aliás, não tem só pombo, tem mosca. Afinal pombo tem em todo lugar mesmo, mas mosca?! MOSCA?!

Moscas pegando onda.

E você pegando doença.

Mas, apesar dos pesares, nem tudo é ruim. O mar por exemplo é realmente bonito, pra quem curte mar, é obvio. A noite também é boa, os melhores e mais caros bares geralmente ficam ali pela zona sul.

O que eu quero dizer é que aquilo ali não é essa coca-cola toda.

Aí você pode dizer:

Ah cara, isso é despeito! Tu queria morar lá e ta desmerecendo porque não pode!

Não! Seu idiota! Eu QUERIA morar lá, até IR lá, até sentir o cheiro de lá, até ver um valão no meio da praia e ver todo mundo achando que é super normal.

A zona sul não deve ser riscada do mapa, aliás, até indico que você visite, se vier de longe, mas só não imagine que todos os porteiros tem bigodes e que tem Helenas por aqui e por ali.

O Rio tem N outros lugares legais. Porque não visitar a Zone Oeste, por exemplo?! Já ouviu falar de Curicica? Pode até ser um dos IPTUs mais baratos do Rio, mas o índice de violência é baixo, mesmo com pessoas de baixo poder aquisitivo. Você pode sentar num barzinho pé de chinelo ou num barzinho bem arrumadinho e bonitinho e tomar seu choppinho numa boa, até tarde da noite.

As ruas não fedem e as pessoas dão bom dia pra você na padaria.

Aliás, se você quiser ir pra um lugar carioca, vai pra Lapa uma noite dessas. É meio perigoso, um pouco sujo, mas bem legal. Não fica só na zona sul não.

E ó, se o lance for mesmo zona sul, tem a lagoa. Tirando os mendigos o lugar é muito bacaninha.

E se você for carioca e me odiar porque eu não vejo só coisas bonitinhas da minha cidade... Foda-se. Odeia aí.

E se você for da Zona Sul, eu queria saber de mais coisas legais de lá, pra eu não ser injusto.

E se você for de abraço, uma abraço pra você.

domingo, 30 de janeiro de 2011

Pessoas - 3 de 42

Gente sem noção

Ao contrario do que as pessoas dizem, os sem noção tem sim poder para dominar o mundo. A pessoa que não possui noção, geralmente possui cara de pau e jogo de cintura. E eu te pergunto: Não são estes os trunfos para uma vida tranquila e de sucesso?

Gente sem noção escuta música alto em transporte publico porque tem cara de pau suficiente pra achar que aquilo é um direito dela.

Gente sem noção quando encontra um semelhante tem jogo de cintura pra continuar sendo insuportável e não deixar que a falta de noção do igual ofusque a sua.

Visto isso, quem você acha que vai ser o gerente geral da tua empresa, o cara que sabe o que está fazendo ou o cara que não sabe mas que mesmo assim age como se soubesse e fosse muito melhor que você, tendo ainda a cara de pau de reclamar quando você sugere alguma coisa mais coerente a se fazer diante de determinada situação?

E quem você acha que a bala perdida vai acertar, o cara que está com um revolver dando tiros a esmo ou a pessoa que está educadamente sentada em sua cadeira no bar tomando sua tão merecida gelada de cada dia???!

A diferença entre uma praga e um sem noção é que contra as pragas existem mecanismos do governo para controle, e os sem noção geralmente estão no governo controlando você.

Pessoas - 2 de 42

Pessoa que foge dos assuntos interessantes.

São pessoas que geralmente são muito inteligentes, mas super apegadas a futilidades. É aquela pessoa que quando assunto começa a esquentar, seja sexual ou “raivosamente”, ela desconversa. O que lhe parece uma pena, pois você sempre espera, diante da inteligência que lhes são peculiar, ouvir comentários bem colocados ou divertidos, porém, em vez disso, ela olha pro outro lado e começa um discurso de dias sobre suas aventuras com determinado tipo de sanduíche.

Por isso, diante dessas pessoas, o que você precisa é ter segurança de que o problema não é você. Muitas vezes a conversa está fluindo tão bem que você pensa que passou dos limites, mas relaxe, a menos que você seja um sem noção, tudo está sob controle. A insegurança e o direito de falar sobre o que lhe convém é dela, cabe a ti respeitar e não deixar um papo sobre os problemas do mundo virar um monologo sobre a vez que essa pessoa pegou o ônibus errado. Jogo de cintura, mon cher, quando perder o fio da meada, volte ao ultimo ponto seguro e faça a curva oposta, levando a conversa pra qualquer outro lado, desde que seja bom para ambos.

Pessoas - 1 de 42


Pessoas que falam muito, tanto que possivelmente nunca tiveram uma conversa, somente monólogos. Ela domina todo o “palco” e você ali é apenas um espectador. Com sorte teu celular toca e você inventa uma desculpa pra ir embora. Mas você tem que ser rápido, qualquer hesitação e ela recomeça a falar, aí amigo... Nem Deus.

Para essas pessoas tudo lembra alguma história, incrível!

Por isso você deve falar o mínimo possível. Não que ela vá te deixar falar, mas é bom evitar “uhuns” também. Já é difícil ela parar e se você mostrar o mínimo de interesse não vai ter mais jeito.

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Sou um carioca de merda.

Moro numa cidade famosa por seus pontos turísticos, mas os turistas os conhecem melhor do que eu. De todos os pontos turísticos do Rio de Janeiro, só visitei uns 15%.

Esses dias acordei com uma vontade louca de conhecer minha cidade... Tipo, louca mesmo.

Aí, num desses papos de varanda, constatei que existem diversos pontos da cidade que podem ser considerados turísticos e que pra eu visitar só preciso de boa vontade e o dinheiro do ônibus. Achei isso magnífico e agora começo a criar na cabeça uma lista de lugares pra visitar... De agora até o meio do ano serei um turista na minha própria cidade.

Será como um especial de TV:

3 amigos.
1 bilhete único.
42 pontos turísticos.
E apenas um objetivo...

Não percam, a partir de segunda-feira, neste mesmo canal.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Days of our lives

Penso que durante os períodos da vida, cada ser humano tem um punhado de problemas pra resolver. São como as chuvas, cada época do ano é previsto que caia um determinado volume.

Hoje o dia foi mais ou menos como uma dessas catástrofes da natureza, quando cai num único dia o volume de chuva esperado para o ano todo.

Abri o olho e minha cabeça latejava.

Não adiantou fechar os olhos de novo, minha cabeça ia explodir, era fato.

Levantei de uma só vez. Sabe o lance de retirar o curativo rápido pra não doer?!
Então, não funciona. Nem com o curativo nem na hora de levantar.

Fiquei de pé muito rápido e perdi o equilíbrio, derrubei o ventilador e ao tentar salva-lo bati com a cabeça na quina do meu armário.

Precisamos sempre lembrar, amigos, que quando uma coisa está caindo o esforço pra tentar salva-la só vai ampliar os danos. Fato, creiam-me.

Agora eu chorava, involuntariamente. As lagrimas vem com a dor, e só caem por um dos olhos. Pensei num palavrão, mas acabei gritando outro. Era muito cedo, acordei meu pai. O ponto positivo foi ter alguém pra me ajudar.

Vida que segue, estava atrasado, tomei banho e corri. Corri em vão, corri pra fila.

Exame em mãos voltei pra casa, nem abri. Senti-me uma menina que após a camisinha estourar, faz o exame e tem medo de abrir e ver o resultado.

No meu caso a cesariana tiraria de mim um pedaço de matéria morta, se eu fosse a menina a operação lhe tiraria um pedaço de matéria que chora.

Já mais tranqüilo com minhas brilhantes conclusões e refeito de minha masculidade, entrei em casa e fui pra cozinha.

Comer faz bem em momentos difíceis. Comi rápido, pois ainda tinha coisa pra fazer e estava sem o café da manhã.

Comi tão rápido que vomitei.

Como eu já tinha acordado meu pai, ele ficou preocupado, pais preocupados adoram levar filhos a médicos.

E o que os médicos fazem?

Dizem que você está enjoado por causa da dor.

Ótimo, me dá um Vicodin então, porra.

Mas não, médicos gostam de fazer as coisas certas, como devem ser.

O problema é que isso me atrasa. Mas tudo bem, meu outro compromisso estava dormindo ainda.

Volto pra casa, tomo remédio, reponho o alimento que fugiu no vomito.

Anoto que o motivo da dor é a alergia, que preciso lavar o ventilador.

Neste momento lembro que não há necessidade de limpar o ventilador, ele está quebrado, em mil pedaços no chão do meu quarto.

Viram?! Há males que vem para... Para piorar as coisas.

Corro pra internet, preciso resolver meus problemas online, tenho que fazer isso rápido pq mais tarde to planejando sair pra resolver meus problemas de coração.

Não, não com o meu cardiologista, com a namorada mesmo.

Mas, como nem tudo são flores, a faculdade não me deixou resolver de forma online meu problema. Teria que ir até lá... Mas tudo bem, essa hora minha namorada já tá saindo com outras pessoas.

Aliás, como ela tem feito muito nos últimos tempos, nem lembro direito como ela é.

Será que ela ta me traindo?

Bom, se estiver, tomara que seja com um cara bonito e que não precise de remédios controlados.

Enfim...

Muito apropriadamente uma amiga que acabou de ficar solteira me liga, ta na fossa. Isso não é bom pra ela, mas pra mim serve pra eu perceber que há sempre alguém mais fudido do que eu.

Eu sou um poço de bondade ignorando meus problemas pra confortar os outros. Feito isso, percebo que minha dor ta passando. YEAH!

Fui fazer um almoço, como disse, comer é sempre uma coisa que me acalma.

E cozinhar é uma terapia.

Finalemnte amolaram minha faca. Mas que alegria, meu povo! Que alegria!

Ponto a favor: O corte é mais preciso, consigo deixar o filé do jeito que eu quero.
Ponto contra: O corte é mais preciso, consigo arrancar um pedaço do meu dedo.
Mas é coisa pouca, nem vai fazer falta.

Comida no fogo, venho pra cá, escrever no blog, pois disso eu sinto falta, sinto falta de falar dá minha vida para os outros.

Feito isto, vou comer, essa tarde vou encontrar uns amigos e passar a noite na faculdade resolvendo pepino. Aliás, talvez não... Já choveu tanto que talvez a previsão do tempo me dê uma folga.

Um beijo pra quem é de beijo.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Lost


Esta será uma postagem dedicada ao tempo que dediquei para assistir um determinado seriado de TV. Este post conterá spoilers e conselhos, caso ainda não tenha visto a série faça-me o favor de não ler.

Ou me faça o favor de ler, tanto faz, você é quem sabe o que deveria fazer. Só você. Não o teu amigo, não eu, não o Jacob e muito menos uma porção de terra emersa, menor que um continente, cercada de água em oceano, mar, lago ou rio. Pelo amor de Deus.

Enfim, a série começa com um avião caindo. Até aí ok, aviões caem mesmo, aviões e elevadores. Normal.

O avião se divide em 3 pedaços e o principal cai na praia. Super normal também... Afinal se caísse na água ia dar um trabalho infernal pra filmar os protagonistas molhados e blábláblá... Ah é! Depois de se dividir em 3 pedaços e cair no chão haviam uns quase 50 sobreviventes.

Muito convenientemente dentre os sobreviventes havia um médico, um soldado iraquiano especialista em tortura (o que é importantíssimo pro que está por vir), uma grávida, dois asiáticos, uma menina mimada, um pai que mal conhecia o filho e o filho que mal conhecia o pai (sorte do filho, porque o pai era chato pra cacete), um cão (Sim! Um cão! Ele apareceu lá, livre leve e solto, como se nunca estivesse estado preso numa casinha daquelas de viagem para cães. E nem dopado o cão estava. Muito normal cães viajarem assim.). Havia também entre os sobreviventes uma presidiária e um cara que era meio golpista, meio policial, meio puto com a vida, meio romântico e completamente interado sobre o assunto apelidos convenientes. E mais conveniente ainda, sobreviveram uns 30 e poucos figurantes e um cara careca.

Aí a historia começa.

Avião cai, pessoas gritam e choram, o careca ri e se faz de misterioso, o cachorro late e abana o rabo, o pai grita o nome do filho, o filho eu sei lá, tava em algum lugar tão importante quanto o personagem dentro da séria. O médico vira líder e se apaixona pela presidiária, os asiáticos falam três horas e na legenda parece “ok”, os figurantes morrem de vem quando, aparecem de vez em quando e nunca fazem nada legal. É mais ou menos assim até o final da série.

O que os sobreviventes fazem?!

Entram em conflito pra saber quem manda mais, o médico ou o careca. Os sobreviventes também encontram armas o tempo todo e as usam pro seu jogo favorito: Perder armas.

Sim, toda hora eles arrumam um motivo pra entrar pela mata e perder armas para os nativos.

Ah! Não falei dos nativos...

Existiam nativos na ilha. Eles eram inteligentes o suficiente para se infiltrar no grupo de sobreviventes e burros os suficiente pra ficar morrendo a toa. Sim, porque uns 50 personagem de Lost poderiam ter ficado vivos se simplesmente explicassem o que estavam fazendo.

Mas parece que é a lei da ilha:

Invente uma moda, finja que é importante, seqüestre alguém pra te ajudar, não explique nada e espere alguém te matar pq você não explicou que só queria ajuda para abrir uma portinhola.

Muito conveniente também era o pique das pessoas. Eu não sei você, mas me faça andar meia hora dentro de uma mata fechada e ao chegar estarei exausto. Mas os caras lá não, mesmo sendo um obeso ou um viciado em drogas você é capaz de andar Kms por dia, sem parar, e estar disposto ainda pra ficar dando tiro a torto e a direito. E sim, 90% dos sobreviventes, sendo médicos, golpistas, assassina, dentista ou careca, sabiam atirar.

A ilha era tipo uma ilha dos mistérios. No primeiro dia nego ouviu barulho na floresta e já disse que tinha monstro lá. Com o tempo você descobre que não é monstro, é só um careca que vira fumaça. Normal.

Uma instituição cientifica habitou a ilha nos anos 70/80, por isso todos os estabelecimentos que os sobreviventes encontravam eram rigorosamente estilosos.

Os personagens principais são meio chatos. Um é um careca que me irritou nas primeiras temporadas pq era chatíssimo com esse lance de “tudo acontece por algum motivo” o outro era um médico que se apaixonava toda hora por uma heroína e não comia ninguém. Em vez disso, o cara vigarista/policial/piadista pegava as mulheres dele. Desde uma policial que saiu direto do filme SWAT até uma médica cuja cara de nojo lhe foi implantada numa cirurgia, passando pela assassina que não sabia quem queria.

Enquanto a séria seguia o pai gritava pelo filho, o filho sumia, o cachorro aparecia encontrando sempre alguma coisa e sendo mais esperto que os humanos. Vez ou outra um figurante aparecia e ganhava voz, mas isso não foi nada. Nada importante. Se bem que a melhor cena de todo o seriado foi protagonizada por um dos figurantes que ganhou um papel na série com o tempo. Era um professor muito chato, mas que morreu de forma esplendorosa, me fazendo chorar de rir.

Aí a temporada termina com um mistério. Tudo nessa porra é baseada num mistério e o maior mistério de Lost é: “Para que eu comecei a ver esta merda?”



Por enquanto eu vou ficar pensando nisso, no porquê ter começado a ver. Afinal, valeu a pena, gosto das coisas que fogem do padrão.

Se a série é boa ou ruim?! Não formei minha opinião direito ainda, tô meio perdido.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Você acreditaria?


Se alguém lhe contasse a história a seguir, você acreditaria?

Cara, eu sou um espécie defeituosa de romântico... Na minha cabeça o jogo da conquista nunca deve morrer, não concordo com comodismo em relacionamento amoroso, as surpresas sempre são necessárias. Ou as tentativas de surpreender, pelo menos.

Aí tava ali naquela mesmice tosca, onde os problemas são ignorados para o conforto de quem não quer ter trabalho entendendo e pra comodismo do outro que é incapaz de ser otimista diante de adversidades. Afinal todo mundo erra e o maior erro é ficar achando que está sempre certo.

Eis que decidi tentar outra vez fazer alguma coisa legal. Digo mais uma vez porque a ultima tentativa foi um fiasco absurdo. Aí tentei um encontro simples, acabou que o momento era impróprio e eu simplesmente desisti. Aí tudo desandou comigo. Comigo, preste a atenção.

Meus problemas me deprimem. Esse me deprimiu e só o que eu conseguia pensar em fazer era debatê-lo. Sabe, buscar apoio ou coisa assim? Mas isso não é romântico e já tive experiências ruins. No fim, deixei de lado.

Fiquei ali, na minha vidinha. Haveria a possibilidade de um encontro. Seria num lugar que eu não gosto. Na verdade, não é que eu não goste, eu adoro, mas algo físico me impede de me sentir bem lá... Pelo menos por enquanto é lugar riscado da minha lista de passeios. Eu lamentei isso com tanto pesar, mas tanto que ficava até triste só de ouvir falar. Mas bola pra frente, levo como motivação pra melhorar.

Meu dia então seria meio chato, ficaria o tempo inteiro pensando que poderia ir. Mas a verdade é que eu não deveria ir, seria irresponsabilidade minha. Até pq muito provavelmente situações que me desagradam iriam se repetir, eu precisaria estar bem pra ignorar esse meu lado negro e me divertir. Mas eu não estava, não superaria, estar lá seria pior do que estar aqui. E olha que estar aqui é muito ruim, nossa...

O dia começa e de repente uma noticia ruim que me enche de alegria. Senti-me ridiculamente egoísta, mas os planos foram mudados e eu teria tempo pra superar umas coisas e quando finalmente chegasse a hora eu estaria preparado e não precisaria lamentar ficar de fora. Opa!

Meu sentimento egoísta não passou despercebido por meu coração, que na mesma hora decidiu agir. Isso pq naquela hora um telefonema mudou tudo, dentro de pouco tempo eu teria um encontro. E ele precisava ser o melhor encontro.

Corri, usei a internet pra encontrar coisas legais e me programar, tudo deveria sair muito bem calculado. Bom programa, bom humor, roupa escolhida a dedo, o perfume que ela gosta e tempo. Eu iria me redimir por ter andado tão triste e por ter ficado feliz por egoísmo.

Ok, um filme romântico seria bom, achei aquele que já havíamos comentado e queríamos ver, eu queria surpreender por isso fui logo e adiantei as entradas. Tenho uma fama ruim com relação à comida, então pensei num lugar em que eu pudesse me redimir. Essa parte seria a de menos, o ideal era o lugar ser calmo o suficiente, poderíamos conversar como nos velhos tempos, sem pressão de assuntos pesados ou de condições. Simplesmente livres pra rir do que quiséssemos. O cardápio me fez rir, não tinha muito a ver comigo, mas se eu ri era um bom sinal.

Corri bastante e acho que deu tempo pra fazer tudo. Infelizmente eu precisei mentir uma parte, era sobre meu plano anterior, afinal eu estaria ali para outra coisa que obviamente já tinha desistido. Mas eu contaria tudo depois, sem problemas.

Minutos antes do encontro de fato, ela já estava chegando, parei um pouco. Sabe a gripe? Sabe quando ela vai embora e deixa vestígios em pessoas alérgicas?! Pois é, as vezes rola comigo. Ou melhor, acho que foi isso. Eu estava meio febril, minha cabeça doía tanto quanto se tivesse sido atingida por bigornas, o ar me faltou um pouco pq eu estava meio molenga. Mas tudo bem, os últimos detalhes eu deixaria pra depois, resolveríamos juntos. Tomei meu remédio, exatamente como o médico mandou, sabia que em alguns minutos eu estaria bem de novo.

- Onde você está?
- Estou aqui...
- Sim, mas está fazendo o que?
Opa, pense rápido! Rápido!
- Nada...
- Ok, to indo praí.

O coração dispara. Mas é bom, agora vai dar tudo certo.

Chegou!

Aí me dei conta de que não sabia o que deveria fazer primeiro! Talvez fosse melhor contar tudo logo... Mas aí vieram as perguntas. Eu não estava bem ainda, mas era só eu dizer e pronto, dizer que estava melhorando, mas isso trás comentários indesejáveis. Mas era tarde demais pra mentir.

Silencio.

E aí alivio, vez dela falar. Gosto de ouvir, mesmo que não pareça ouvir é um daqueles momentos em que me sinto próximo, importante o suficiente pra ouvir o que ela tem a dizer, acho que esbocei um sorriso, iria simplesmente conduzi-la pra tudo que eu tinha planejado e ainda poderia ouvir que o dia dela foi agitado e que no fim tudo aquilo valeu muito a pena. Eu seria especial e ...

E tudo desceu por água a baixo, como excremento descendo girando pela descarga. Já tinham dado um jeito de fazer o plano inicial dar certo. Ela estava ali pq só ficou sabendo no meio do caminho... Minha expressão deve ter ficado tão carregada quanto a de um serial killer antes de matar alguém.

Sabe quando tudo dá errado de uma forma tão absurda e tão rápido que você sente até o chão dar uma tremidinha?! Ou o estomago se revirar?

Quer saber como eu me senti?

Foi como se o meu corpo, ou melhor, tudo ao meu redor, incluído o universo, estivesse sendo sugado pra um buraco negro. E o buraco negro era meu umbigo.

Toda empolgação dela escondida transparecia na voz. Aquilo me irritava. Aliás, não a empolgação dela, minha idiotice, aquilo sim me irritava. Só na minha cabeça que meus planos seriam tão excitantes quando os planos dela.

Ela foi numa fila e eu fui ao banheiro, ou ao banco, tanto faz, fui à toa. Fui só contar até dez e pensar num jeito de cancelar tudo aquela idiotice que tinha feito.

Voltei e tentava rir das coisas. Não fui bem sucedido, obvio, mas foi suficiente pra evitar desconfianças. Aliás, eu podia ter feito qualquer coisa, nada iria mudar aquilo. Estava decido e eu estava de fora.

Esqueci tudo por um tempo, mas os telefonemas e os avisos de “tenho pouco tempo pra você” era como espetos na minha barriga.

Aí ela foi embora e eu precisava voltar pra tentar corrigir tudo!

Mas sempre com aquela esperança vã de que como nos filmes ela viesse correndo dizendo que não poderia partir sem mim. Eu, agora, morro de rir lembrando disso. Lembrando do quão idiota eu sou.

Enfim, não pude fazer muita coisa, não vi filme nenhum. Só perdi tempo e dinheiro. Resolvi reativar meus planos cancelados também. Fui pra uma loja comprar uma coisa e conversar com a atendente, que era simpática e me fazia rir. E , surpreendentemente, receber SMS de uma amiga que ficou longe de mim por muito tempo, mas agora está de volta... Aparentemente ela adivinhou que eu me sentia como o cara mais idiota do mundo e me fez rir ressaltando qualidades que eu nem sei se eu tenho mesmo.

Acho que nem tudo no mundo é tragédia, a menos que eu tente ser romântico. Aí sim, tragédia na certa.



Bom, eu não sei vocês, mas se uma historia dessas acontecesse comigo eu JAMAIS admitiria. Diria que ouvi numa novela mexicana, ou que li num desses livros dramáticos. Mas não... Admitir jamais!

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Eu odeio o banco e o Universo não vai com a minha cara



Eu tenho problemas com bancos. E o problema começa nas portas giratórias... Aliás, começa por precisar ir ao banco.

Eu fico meio tenso quando entro pq sempre acho que a porta vai travar por causa de alguma agulha que esqueci no bolso e o segurança vai me fuzilar sem nem pensar duas vezes, afinal, se a porta travou, eu devo ser terrorista.

Ai eu entro, mas não fico mais tranqüilo... Cara, tem mais seguranças la dentro e câmeras pra todo o lado, fico pensando que estou sendo observado e que a qualquer momento vão entender um dos meus gestos como suspeito e .. voilà! Serei fuzilado.

Enfim, tirando a paranóia, tem mais paranóia.

Fila. Não suporto fila.

E eu tenho raiva de cliente de banco, só pelas pessoas que precisam atendê-los.

E não to falando do gerente nem nada, to falando do cara que fica no caixa. Por mim essas pessoas deveriam ganhar muito dinheiro pra trabalhar ali. Gosto de pensar que, pelo menos, elas ganham no mínimo 15 mil reais por mês. Isso sem contar as bonificações e adicionais de insalubridade mental e etc...

A questão é que eu acho que as pessoas são muito difíceis de lidar, e ter que trabalhar atendendo pessoas deve ser no mínimo foda. E tu imagina um banco?! O cara que ta ali ta lidando com dinheiro, dinheiro atrai gente do mau. Imagina se um idiota resolve roubar ali?! Vai apontar a arma pra cara dele! Do funcionário!

Nessas horas, enquanto estou na fila pensando nisso, eu fico feliz pela quantidade de câmeras e seguranças... E da porta que trava quando sente cheiro de arma. Sinto-me bem pelos funcionários, que podem trabalhar tranquilos...

Quer dizer, tranquilos o cacete! Eu acho que porta giratória dos bancos deveriam travar não só na presença de metal como também na “presença de ausência de cérebro”. Pq além de mim sempre tem uns 15 ou 20 idiotas na fila.

Não que eu não seja um idiota, mas sou um idiota com limites. Antes de ir ao banco, por exemplo, eu procuro me certificar que estou indo ao lugar certo. Parece obvio, mas vai dizer isso praquele cara que xingou a moça só pq ela não podia ajudá-lo.

E aquele cara que quase bateu na outra moça só pq ela lhe ofereceu um cartão.

Ok, eu não gosto que me ofereçam cartão também. Isso pq to satisfeito com os meus.

- Senhor Leonardo, temos um cartão liberado para o senhor
- Obrigado, mas não estou interessado.

Eu até tenho vontade de dizer: Não estou interessado pq não teria como pagar. Ta foda, to pobre.
Mas os atendentes não tem nada a ver com isso e é injusto encher-lhes os ouvidos com meu blábláblá.

Mas nem todo mundo é como eu, e olha que eu nem sou um bom cliente, como disse sou idiota, mas é sem querer. Tem gente que o é por orgulho:

- Senhor, temos um cartão liberado para o você!
- E eu mandei liberar alguma coisa??! VOCÊ VAI PAGAR A COTA PRA MIM? EU NÃO QUERO PORRA NENHUMA! !QUE INFERNO!

A moça ficou sem ação e o segurança ficou todo clamo quando foi pedir que o cara se acalmasse. Eu tava fervendo de raiva. Na minha vez fui atendido por ela, a moça vitima da ignorância. Eu já esperava que ela fosse me fuzilar com os olhos sangrando de raiva por eu ser cliente também, mas não, foi rápida e eficiente e se estava com raiva de mim, foi muito profissional ao esconder.

Depois daquele dia a encontrei num elevador e ela me reconheceu e brincou me oferecendo um cartão. Perguntei se era sempre assim e ela disse que nem sempre, chegou meu andar e eu dei um “boa sorte” pra ela ao sair. Quis perguntar se ela recebia mesmo 15 mil reais, mas achei que era muito indelicado.

A Era do Fast-food

O mundo, pra mim, anda muito corrido. Sabe, tudo tem que ser rápido, acho que o mundo de hoje é o mundo dos fast-food. [Não que fast-food sejam rápidos de verdade, mas né]

E não só pela rapidez que acho que estamos em tal Era, também me refiro a superficialidade de tudo. Você pede o numero tal e paga, pronto. Não acontece aquele diálogo com o garçom que depois de um tempo no mesmo restaurante vira uma amizade. Tudo começa e termina no balcão.

A vida moderna ta meio assim, superficial. As pessoas até conversam, mas ta faltando um pouco do olho no olho, tudo ou é muito informal, ou muito informatizado.

Sinto falta do tempo que eu ia pra uma pracinha e ficava por lá até perder a noção do tempo... As amizades são mais legais ao vivo.

Eu tenho um motivo pra dizer isso, mas o motivo, quando é teu, é impossível exigir que outros o entendam.

Há bem pouco tempo um amigo das antigas me chamou numa dessas janelas online pra conversar. Ele estava com uma preocupação, estava esperando um exame da namorada e estava nervoso, não queria preocupá-la e se abriu comigo. Conversamos um pouco e no final ele se despediu assim:

- Preciso ir, é uma pena não podermos conversar como antigamente, né?! Abraço, cara, obrigado e até a próxima.

Pois é, é uma pena. Realmente um enorme pesar.

Lembro que certa vez, já era noite, alguém me gritou no portão, ele tinha chorado eu pude perceber, mas não falei nada, dei a ele eu merecido espaço.

Ele disse que precisava se distrair, perguntou se eu tinha tempo. Eu só tinha 12 anos, mas já sabia que sempre precisamos ter tempo pra um amigo. Aliás, não precisamos, não é uma obrigação... Simplesmente temos, é só deixar o egoísmo de lado. E amigos merecem isso.

Lembro que o tempo passou ali no quintal, brincamos com meu cachorro, comemos umas frutas que pegamos no vizinho e ficamos sentados no chão quando ele disse que alguém importante tinha morrido. Ele estava grato por eu não lembrar a ele do pesar e a dor que é perder alguém. E eu estava grato por poder ser útil.

Dei um abraço no meu amigo e o acompanhei até em casa, ele me contou tudo como aconteceu sem eu perguntar. E eu ouvi tudo, de verdade, sem ele implorar minha atenção. Eu era moleque, não saberia o que dizer numa hora dessas, mas pouco importava, ele precisava falar... E eu gostaria de ouvir.

No fim não disse nada muito além do “Eu respeito tua dor, cara, to aí pro que você precisar, mas não vou te deixar ficar muito triste, eu juro”

Agora, pela internet nada foi como antes. Ainda me senti útil, mas senti falta de olhar e saber o que realmente acontecia no interior dele.

Acho que ultimamente as pessoas tem sido assim ao meu redor, muito superficiais. Com muito medo de não saber como agir ou o que dizer. As pessoas esquecem, ou nunca aprenderam, que o silencio e um abraço podem salvar vidas.