domingo, 6 de fevereiro de 2011

21 anos

Geralmente quando faço aniversário paro pra pensar a respeito da vida, do universo e tudo mais. Esse ano eu demorei exatos 31 dias nessa aventura mental. Eis os resultados:


Primeiro quase morri dentro do abismo que é pensar e sentir, como diria a musica. Isso porque eu sou o tipo de gente que se apaixona e não satisfeito o faço de forma incoerente.

Some isso a minha necessidade de explicar racionalmente as coisas e... voilà! Surtei.

Isso foi só o ponto de partida pra minha, talvez, pior neurose: Não ser cool.

Enquanto a maioria dos meus amigos, coleguinhas ou desconhecidos próximos estão por aí ostentando futilidades e arrotando tempo perdido eu estou indo ao banco conversar com a minha gerente, pela 5ª vez esse mês, pra tentar encontrar um jeito melhor de aplicar minha pobre grana.

Já não há mais por onde me irritar com “cadê teu carro?”

O símbolo da independência jovem do meu tempo: Carro.

Pra mim só uma coisa, que embora útil, é um luxo que descarto sem pensar duas vezes. Mas ta ali, no carro, minha separação do grupo popular. Uma delas.

A galera legal ta lá, dirigindo o carro de seus pais e recebendo sua mesada no fim do mês. Eu tô cá, avaliando a possibilidade de sair do ninho.

Mas ainda, como qualquer criança, me perguntando o porquê de não ser tão lembrado, perguntando pq o que eu chamo de qualidade, e luto pra ter, as pessoas com quem mais me importo ignoram.

Sou velho demais pra minha idade.

Pior que isso, sou um velho medido a garotão, que fica acabado quando toda sua tentativa de ser aceito entre a meninada é ignorada.

Sou uma criança que sente ciúme quando a garota mais bonita do grupo não poupa elogios pro valentão da turma.

Aquele adolescente inseguro que briga com a namorada quando ela só vê as qualidades do seu melhor amigo, sou eu.

Aquela mãe que briga pelo filho também sou eu. Sou eu irado defendendo alguém que não quer ser defendido.

De todas as coisas que podemos ser, metade me parece inevitável o que deixa o poder morto, o tornado obrigação.

Sou adepto do abraço como remédio para os males da alma. Um abraço e um sorriso são remédios fortes, sendo o primeiro, na minha visão de vida, sem contraindicação.

Sou tão criança que não resisto ao carinho. Sou tão criança que a insistência dos que eu gosto me ganham, sou incapaz de dizer um não a um pedido feito entre cafunés.

Minha cabeça vai na frente, olho as crianças como um avô olha pro neto. Por dentro meu peito sorri com a gracinha de todas elas.

Minhas atitudes não são sinceras. Por dentro me derreto com a pureza infantil, por fora a desprezo. Sim, desprezo por despeito, desprezo por não ter mais a o dom de acreditar sem questionar.

No fundo, aos 21, sou um bebê de 50 anos que vive uma paixão adolescente.

Nenhum comentário: