terça-feira, 11 de janeiro de 2011

A Era do Fast-food

O mundo, pra mim, anda muito corrido. Sabe, tudo tem que ser rápido, acho que o mundo de hoje é o mundo dos fast-food. [Não que fast-food sejam rápidos de verdade, mas né]

E não só pela rapidez que acho que estamos em tal Era, também me refiro a superficialidade de tudo. Você pede o numero tal e paga, pronto. Não acontece aquele diálogo com o garçom que depois de um tempo no mesmo restaurante vira uma amizade. Tudo começa e termina no balcão.

A vida moderna ta meio assim, superficial. As pessoas até conversam, mas ta faltando um pouco do olho no olho, tudo ou é muito informal, ou muito informatizado.

Sinto falta do tempo que eu ia pra uma pracinha e ficava por lá até perder a noção do tempo... As amizades são mais legais ao vivo.

Eu tenho um motivo pra dizer isso, mas o motivo, quando é teu, é impossível exigir que outros o entendam.

Há bem pouco tempo um amigo das antigas me chamou numa dessas janelas online pra conversar. Ele estava com uma preocupação, estava esperando um exame da namorada e estava nervoso, não queria preocupá-la e se abriu comigo. Conversamos um pouco e no final ele se despediu assim:

- Preciso ir, é uma pena não podermos conversar como antigamente, né?! Abraço, cara, obrigado e até a próxima.

Pois é, é uma pena. Realmente um enorme pesar.

Lembro que certa vez, já era noite, alguém me gritou no portão, ele tinha chorado eu pude perceber, mas não falei nada, dei a ele eu merecido espaço.

Ele disse que precisava se distrair, perguntou se eu tinha tempo. Eu só tinha 12 anos, mas já sabia que sempre precisamos ter tempo pra um amigo. Aliás, não precisamos, não é uma obrigação... Simplesmente temos, é só deixar o egoísmo de lado. E amigos merecem isso.

Lembro que o tempo passou ali no quintal, brincamos com meu cachorro, comemos umas frutas que pegamos no vizinho e ficamos sentados no chão quando ele disse que alguém importante tinha morrido. Ele estava grato por eu não lembrar a ele do pesar e a dor que é perder alguém. E eu estava grato por poder ser útil.

Dei um abraço no meu amigo e o acompanhei até em casa, ele me contou tudo como aconteceu sem eu perguntar. E eu ouvi tudo, de verdade, sem ele implorar minha atenção. Eu era moleque, não saberia o que dizer numa hora dessas, mas pouco importava, ele precisava falar... E eu gostaria de ouvir.

No fim não disse nada muito além do “Eu respeito tua dor, cara, to aí pro que você precisar, mas não vou te deixar ficar muito triste, eu juro”

Agora, pela internet nada foi como antes. Ainda me senti útil, mas senti falta de olhar e saber o que realmente acontecia no interior dele.

Acho que ultimamente as pessoas tem sido assim ao meu redor, muito superficiais. Com muito medo de não saber como agir ou o que dizer. As pessoas esquecem, ou nunca aprenderam, que o silencio e um abraço podem salvar vidas.

2 comentários:

Arth disse...

Gostaria de escrever algo bacana sobre o texto...
Mas não tenho muito o que dizer...
Somente que concordo com você e que esse "Era do Fast-food", só se mantem por nossa conta...

Pedro Porra disse...

teus textos sao uma droga pra comentar, mas quero que vc saiba que ficou show de bola